A seleção masculina de basquete começou com o pé direito nas Surdolimpíadas. O time brasileiro bateu Taipei por 70 a 65 no Ginásio do Sesi nesta terça-feira (3) e somou os primeiros pontos na competição.
Um dos destaques do confronto foi o ala/pivô santa-cruzense Dênis Panke da Silva, de 18 anos e 1m98cm. Surdo desde a nascença, ele tem deficiência auditiva severa e profunda nos dois ouvidos. Porém, isso não o impede de treinar com os ouvintes da categoria sub-19 diariamente, no ginásio do União Corinthians, em Santa Cruz.
A partida tinha uma motivação especial para o santa-cruzense. Enquanto ele liderava a seleção brasileira masculina de basquete dentro da quadra, seu pai, Marcelo Diniz da Silva, sentado na arquibancada, fazia uma transmissão através de sua conta do Instagram para os colegas e familiares de Dênis, que não puderam vir.
— É um orgulho. Ele sempre jogou com os ouvintes, sempre teve de ter uma dedicação a mais para poder entender o basquete. Em momento algum, ele se sentiu menos. Sempre foi muito dedicado. Hoje, está colhendo os frutos. Sempre viajo muito com eles, acompanhando. Bate aquele nervosismo, a gente se agita na arquibancada, mas sempre na torcida, né? — disse Marcelo, enquanto informava para seus espectadores o placar da partida no momento.
O Brasil volta à quadra contra a Ucrânia, nesta quarta-feira (4), às 12h30min, novamente no Sesi e mais uma vez com Marcelo nas arquibancadas. A expectativa é que mais familiares e amigos de Dênis venham de Santa Cruz do Sul para acompanharem os jogos restantes do Brasil na competição. Os ucranianos, candidatos a subirem no pódio, venceram, também nesta terça-feira, a Lituânia com certa facilidade.
