O comprador sempre quer levar o produto para casa o quanto antes. No futebol nem sempre é assim. Existem casos em que os europeus abrem mão da pronta-entrega e, apesar de terem fechado negócio, esperam mais alguns meses para receberam o novo contratado. O caso mais recente é o de Yuri Alberto. Negociado com o Zenit por 20 milhões de euros, o atacante pode arrumar os casacos para encarar o frio do norte da Rússia a partir da metade do ano.
Até viajar em definitivo para São Petesburgo, o atacante ainda disputará o Gauchão e algumas partidas da Copa Sul-Americana e do Brasileirão. Nos últimos anos, o Inter viveu duas situações similares. Primeiro com o volante Sandro em 2010. E em um passado mais próximo, com o goleiro Alisson em 2016.
A situação não é exclusividade colorada. No Grêmio duas vendas recentes, Pepê e Ruan, tiveram o mesmo formato. A seguir confira como foi a transferência desses quatro jogadores.
Alisson
Em dezembro de 2015, a Roma acertou a compra do goleiro por 5 milhões de euros (R$ 21,1 milhões na cotação da época). A Juventus apresentou uma oferta dois milhões acima, mas Alisson optou por ir morar na Cidade Eterna. Naquele momento, Wojciech Szczęsny era o titular da meta romana.
Com o arqueiro polonês vivendo bom momento, a Roma consentiu em deixar Alisson jogando no Inter até o final do Gauchão 2016. Após a conquista do título no Beira-Rio, o jogador foi até uma das goleiras, se sentou e ficou contemplado a casa do seu time de coração.
— Quis aproveitar um pouquinho, cada minuto, cada momento. Estou muito feliz com o que estou vivendo, mas é bom aproveitar cada segundo. Não há tristeza. É alegria, um choro de satisfação. É saber que vou sentir saudades... Não dá para falar — disse Alisson, ao deixar o gramado, às lágrimas.
Uma das razões por ter optado pela Roma era de que, na capital italiana, ele acreditava ter mais chances de ser titular. No fim, ficou uma temporada na reserva de Szczęsny, que depois vendido à Juventus para ser o substituto de Buffon, enquanto Alisson assumiu a posição na equipe romana.
Sandro
Figura dominante no meio-campo colorado em 2009, Sandro despertou o interesse do Tottenham. Em março do ano seguinte, os dois clubes fecharam o acordo. A janela europeia estava fechada. O Inter estava vivo na Libertadores. Sandro ficou, jogou e foi campeão.
— A minha ida para a Inglaterra está bastante encaminhada, mas tenho de pensar na Libertadores e dar esse título para a torcida colorada. Eu e todo o elenco. Estamos bastante focados — disse o volante à época.
Foram quatro temporadas em White Heart Lane atrapalhadas, no final, por uma lesão no joelho. Desde 2014, quando deixou o Tottenham, o jogador atuou por oito equipes diferentes. Atualmente está no Belenenses SAD-POR.
Pepê
Parte da receita gremista para ter superávit nos últimos anos foi vender suas revelações por polpudas cifras. Entre os negócios mais lucrativos está a transferência de Pepê para o Porto. A transação foi selada em fevereiro do ano passado por 5 milhões de euros (R$ 98,6 milhões na cotação da época). Como não era possível estrear antes de uma nova temporada em Portugal, o atacante seguiu na Arena por mais alguns meses.
A despedida foi com o título gaúcho. No fim, Pepê escapou de viver alguns dos piores meses da história tricolor. Do outro lado do Atlântico, o jogador entrou em campo 21 vezes e marcou três gols.
Ruan
Quem esteve presente nos últimos meses do terceiro rebaixamento foi Ruan. Na metade do ano passado, o defensor foi negociado junto com Matheus Henrique com o Sassuolo-ITA. A transferência dele girou na casa dos 5 milhões de euros (R$ 30 milhões na cotação da época). A cessão do meio-campista foi imediata enquanto o zagueiro ficou no Grêmio até o final do ano.
Depois de ter sido vendido, Ruan não manteve o nível das atuações do primeiro semestre. Com Geromel e Kannemann recuperados de lesões, foi para o banco de reservas, de onde pouco saiu nas últimas partidas da temporada.
Recém-chegado à Itália, Ruan disputou três partidas, somente uma delas como titular.