A Federação internacional de handebol de praia anunciou mudança na regra que permite às atletas utilizarem shorts ao invés de biquínis. A reivindicação havia gerado multa na Euro Copa da categoria em julho, quando o time da Noruega se recusou a jogar com as pernas totalmente expostas e foi punido por isso, acendendo o debate da obrigatoriedade.
A mudança ainda será debatida no próximo congresso técnico mundial, marcado para a semana do dia 8 a 11 de novembro. A federação europeia, pivô da polêmica com a seleção norueguesa, já se posicionou favorável à mudança. A proposta é que a peça inferior dos uniformes sejam shorts até 10 centímetros acima da patela — o osso frontal do joelho. Caso aprovada, a nova regra passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2022.
Desde o protesto da seleção norueguesa, personalidades e ativistas do direito das mulheres manifestaram-se a favor da flexibilização do uniforme. Um dos questionamentos, tanto por parte de atletas quanto das apoiadoras da causa, era a necessidade esportiva de utilizarem biquínis, tendo em vista que os profissionais da categoria masculina podiam usar calções largos até o joelho sem prejudicar a disputa na areia.
— Espero que este seja o começo do fim do sexismo e da objetificação de mulheres e meninas no esporte. E que, no futuro, todas as mulheres sejam livres para praticar esportes sem medo da roupa que estejam usando e de assédio sexual — disse Talitha Stone, ativista australiana que em 2012 liderou campanha que criticava a Lingerie Football League (Liga de futebol norte-americano feminino onde as jogadoras atuam vestindo roupas íntimas).