Medalhista de bronze nos 400m com barreira, Alison dos Santos foi um dos destaques do esporte brasileiro nas Olimpíadas de Tóquio. Natural de São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo, o competidor de 21 anos foi entrevistado no programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, na noite desta terça-feira (17), e falou sobre o início da carreira no atletismo.
— Eu comecei a fazer esporte com sete anos, fazia judô. Gostava bastante e até hoje acho o judô muito bonito. Lá pelos 14 anos, me apresentaram o atletismo na escola. Me disseram que eu poderia ter talento e me chamaram para treinar. Eu passava perto (do local), mas nunca ia. Eu era muito tímido e não conhecia ninguém. Até que um amigo meu começou a treinar e eu fui lá com ele. Gostei e fui bem recebido. Meu amigo parou de treinar, mas eu continuei. Peguei amor por tudo o que envolvia o esporte. Em 2015, ganhei minha primeira medalha (na categoria mirim) e percebi que era isso o que eu queria para a minha vida — destacou.
O atleta subiu ao pódio no Japão ao terminar o percurso em 46seg72, estabelecendo um novo recorde sul-americano. A prova foi marcada pelo alto nível. O medalhista de ouro, o norueguês Karsten Warholm, bateu o recorde mundial, com 45seg94. Na sequência, o americano Rai Benjamin, que ficou com a prata, bateu o recorde regional ao chegar em 46seg17.
— Realmente foi um ritmo muito forte. Não só o meu, mas também dos outros que chegaram na minha frente. Em qualquer outra competição, nós seríamos ouro. Foi algo espetacular que aconteceu. Três atletas na mesma prova baterem recordes. Isso é surreal. Foi muito forte. O resultado foi muito incrível. Estou muito feliz de ter conquistado tudo isso e ter trazido essa medalha para a gente — afirmou.
O Brasil conquistou 21 medalhas em Tóquio, sendo este o melhor resultado do país na história dos Jogos Olímpicos. Alison falou da importância do investimento no esporte como forma não só de formar atletas de alto rendimento, mas também como oportunidade de mudar a vida das pessoas.
— Essa parte de investimento no ciclo olímpico é necessário entender que os Jogos Olímpicos não começam no ano dos Jogos Olímpicos. Paris já começou e temos de trabalhar o ciclo todo. Você vai construir uma medalha até as Olimpíadas. É investir não só em quem chegou (teve resultado), mas também em quem tem potencial e está batalhando para isso. Temos muitos atletas. O Brasil é gigante. Se você for atrás e der oportunidade, isso é muito importante. Se você não formar um atleta de alto rendimento, ele vai conquistar várias coisas que não vem com no esporte. Ele vai se tornar uma pessoa melhor e isso já vale bastante — pontuou.
De acordo com Alison, a preparação para os Jogos de Paris, em 2024, já foi iniciada. Com o carisma que ficou reconhecido em todo o território nacional, ele mostrou confiança na busca por mais medalhas.
— Estamos torcendo para que seja a primeira de muitas. Quero fazer história. É trabalhar para fazer a nossa parte. Vamos trabalhar para deixar o sangue e o suor nas pistas — finalizou.