A Seleção Brasileira venceu o Peru nesta segunda-feira (5) por 1 a 0, no Engenhão, e está na final da Copa América. O adversário será o vencedor de Argentina ou Colômbia, que se enfrentam às 22h desta terça (6), em Brasília. Mas o técnico Tite precisou responder na entrevista pós-jogo sobre a queda de rendimento da equipe no segundo tempo, depois de amassar a seleção peruana na etapa inicial.
Entre elogios à dedicação dos jogadores e referência aos gols perdidos nos primeiros 45 minutos da partida, o treinador justificou a piora da equipe devido aos desgastes físico e emocional. Segundo ele, o período de 72 horas entre um jogo e outro tendo atuado boa parte do confronto com o Chile com um jogador a menos, graças à expulsão de Gabriel Jesus, dificultaram a manutenção do alto rendimento do time.
— É uma equipe que em menos de 72 horas jogou 45 minutos com um a menos, com desgaste físico e mental muito forte. A retomada de um padrão normal é muito difícil. Se a gente fosse quantificar, diria que jogamos uma partida de futebol e mais 30% de um jogo. Fizemos um grande primeiro tempo, que poderíamos ter traduzido em números e gols. Mas, com o passar do tempo, essa capacidade de enfrentamento foi se perdendo. Poderíamos ter feito um placar melhor, traduzido em gols as oportunidades, mas não fizemos — afirmou.
Tite destacou, ainda, que o técnico Ricardo Gareca, do Peru, também deve ter percebido o desgaste dos jogadores brasileiros e mudou a forma de jogar na etapa final. O treinador salientou, porém, que a Seleção pode não ter dominado os 90 minutos, mas que controlou o adversário, e mais uma vez criticou o gramado do Engenhão.
— Um jogo tem duas equipes, com qualidade técnica dos dois lados, com possibilidade de substituições, ainda mais quando se joga em um campo nervoso. O gol que o Paquetá fez, a bola parecia um eletrocardiograma. E o futebol é um esporte coletivo em que tu não és dominador os 90 minutos — pontuou.
Quanto ao adversário da final, garantiu não ter preferência. Ao longo da entrevista, relatou que na palestra que antecedeu à partida, falou aos jogadores que "a gente não quer ganhar de ninguém, a gente quer fazer nosso trabalho e ser merecedor da nossa conquista". Sobre a importância pessoal do bicampeonato da Copa América, defendeu que a conquista, caso ocorra, é de um grupo de trabalho e não apenas do treinador:
— Tenho uma noção exata de que é um trabalho de equipe, não é individualizado. Gosto de ter meu trabalho reconhecido, sim, mas quando ele é individualmente reconhecido, eu sei que é bala Juquinha. É adoçar a boca. Se não tiver um grande trabalho realizado pelo conjunto todo, e eu estou falando olhando para o Juninho (coordenador) e citando todo o staff. Estou falando do departamento médico, de recuperação dos atletas. E se não tiver comprometimento dos atletas, não tem técnico que ganhe título nenhum.
Nos aspectos individuais, Tite elogiou a atuação de Lucas Paquetá e a maturidade de Neymar. Mas, quando questionado sobre a titularidade de Ederson no gol da Seleção Brasileira, ele passou a bola para o treinador de goleiro Taffarel.
— Nós temos três grandes, extraordinários goleiros. Ninguém é melhor do que ninguém. Talvez o momento possa ser determinante, e aí o Taffarel nos ajuda a definir — disse o comandante.
O Brasil volta a campo no sábado (10), às 21h, no Maracanã, para enfrentar quem vencer no confronto entre Argentina e Colômbia. A segunda semifinal da Copa América ocorre às 22h desta terça-feira, no Mané Garrincha.