Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF, decidiu não depor na Comissão de Ética da entidade sobre a denúncia de assédio sexual e moral feita por uma funcionária. O depoimento ocorreria nesta sexta-feira, mas o dirigente alegou que o órgão é "parcial" e "arbitrário" e está "repleto de vícios e nulidade".
A defesa de Caboclo apresentou uma petição nesta sexta e afirmou, por meio de nota, que a Comissão de Ética da CBF é "um verdadeiro tribunal de exceção", que "a toda evidência já possui um pré-julgamento a respeito dos fatos, tendo aplicado a ele um afastamento provisório sem qualquer fundamento regulamentar, estatutário, legal e constitucional, ou seja, sem nenhum poder para tanto". Segundo os advogados de Caboclo, "o afastamento do cargo por 90 dias implica, na prática, em uma antecipação de pena".
Na porta da sede da CBF, no Rio, dezenas de pessoas foram ao local protestar contra Caboclo. O dirigente está afastado do comando da entidade desde o começo de junho em virtude da denúncia de assédio moral e sexual que enfrenta. Os manifestantes pediram a saída definitiva de Caboclo do cargo e exibiram cartazes e faixas.
Na petição, a defesa argumentou que não reconhece a Comissão de Ética da CBF como um órgão legítimo e competente para decretar o afastamento provisório de Caboclo da presidência e afirmou que a sua saída temporária do cargo é "absurda".
O presidente afastado da CBF diz que Marco Polo Del Nero, seu então padrinho político e ex-presidente banido do futebol por corrupção, é o mentor de seu afastamento e do suborno à funcionária no valor de R$ 12 milhões para que ela não protocolasse a acusação no Conselho de Ética da entidade e a tornasse pública. Del Nero nega.
Além do processo na CBF, Rogério Caboclo é alvo de uma investigação criminal do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e de outra no Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ).