Rogério Caboclo foi afastado da presidência da CBF por 30 dias. A decisão é da Comissão de Ética da entidade e ocorre após uma funcionária da entidade ter acusado Caboclo de e assédio sexual e moral. As informações são do Globo Esporte.
O cargo será assumido pelo vice-presidente mais velho da entidade Antônio Carlos Nunes. A CBF convocou para esta segunda-feira (7) uma reunião emergencial que deve definir o futuro da entidade. O encontro, que será presencial, vai juntar na sede da entidade toda a alta cúpula.
"A CBF informa que recebeu na tarde deste domingo, 6, decisão da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro suspendendo temporariamente (pelo prazo inicial de 30 dias) o Presidente Rogério Caboclo do exercício de suas funções. Seguindo o Estatuto da entidade, toma posse interinamente, por critério de idade, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima. A decisão é sigilosa e o processo tramitará perante a referida Comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada", diz a entidade em nota.
De acordo com o jornalista André Rizek, do SporTV, antes de ser afastado, Caboclo teria prometido ao governo federal a troca de Tite por Renato Portaluppi.
Apoiadores de Jair Bolsonaro têm feito críticas a Tite nos últimos dias. Renato já fez declarações de apoio a Bolsonaro enquanto ainda era técnico do Grêmio.
Investigação
A mulher alega que Caboclo chamou-a de "cadela" e tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro. Em outra oportunidade, perguntou se ela se masturbava. Durante reunião com outros dirigentes da CBF, o presidente teria inventado relacionamentos da funcionária com pessoas ligadas à entidade. A vítima afirma que, durante todas essas condutas, Caboclo estava embriagado. Ela disse ainda que ele a orientava a esconder garrafas de bebida na entidade, para que Caboclo consumisse durante o expediente.
Essas denúncias já haviam sido narradas pela funcionária a superiores hierárquicos há cerca de um mês e meio, mas nenhuma providência foi tomada. Ao narrar os abusos, a funcionária pediu afastamento do cargo por motivo de saúde.
— Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De fato, hoje apresentei uma denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas — afirmou a funcionária ao site.
O dirigente nega as acusações. Agora a investigação caberá à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, órgão criado pela CBF para receber, apurar e julgar denúncias. A Comissão é presidida pelo desembargador aposentado Carlos Renato de Azevedo Ferreira e tem duas Câmaras, de Investigação e de Julgamento. A apuração da denúncia caberá à primeira, que segundo o site da CBF tem três integrantes: a presidente Gladys Regina Vieira Miranda e os membros Júlio Gustavo Vieira Guebert e Antônio Carlos de Aguiar Desgualdo. Essa comissão vai produzir um relatório e encaminhá-lo à Comissão de Julgamento, composta, segundo o site da CBF, por Marco Aurélio Ravanelli Klein e Amilar Fernandes Alves.