Com a queda de Rogério Caboclo, afastado da presidência da CBF após denúncia de assédio sexual e moral, a disputa pelo poder ganhou força na entidade. Neste momento, Antônio Carlos Nunes, o vice-presidente mais antigo, assume provisoriamente por 30 dias.
Mas, nos bastidores, ninguém acredita que Caboclo voltará após estes 30 dias de afastamento. Sua passagem pela presidência é considerada como encerrada. Por isso, a reunião desta segunda-feira (7), vai tratar sobre a administração da entidade no futuro. Estarão presentes na sede da CBF todos os principais dirigentes da entidade.
Com a provável renúncia definitiva, o estatuto prevê uma eleição em que apenas os oito vice-presidentes possam concorrer. A lista de vices é essa: Antônio Aquino (Acre), Castellar Neto (Minas Gerais), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Fernando Sarney (Maranhão), Francisco Novelletto (Rio Grande do Sul), Marcus Vicente (Espírito Santo), Gustavo Feijó (Alagoas) e Antônio Carlos Nunes (Pará).
A disputa pelo poder pegou fogo. Castellar Neto é o preferido de Marco Polo Del Nero, que mesmo banido do futebol pela Fifa, tem forte influência nos bastidores. Castellar foi presidente da Federação Mineira de Futebol entre 2014 e 2018. Aos 38 anos, jovem e articulado, fala fluentemente inglês, espanhol e francês. Advogado criminalista, mestre em direito penal pela Universidade Sorbonne, em Paris, ele também tem cargo na Fifa, onde faz parte do Comitê Players Status, responsável por monitorar registros e transferências do futebol mundial.
Mas entre alguns vice-presidentes, o nome de Francisco Novelletto é considerado a melhor alternativa, pois pode representar a ruptura com Marco Polo Del Nero. Tudo isso será discutido na reunião desta segunda-feira.
Além disso, parte da direção da CBF, com os diretores operacionais, tenta achar uma brecha no estatuto que permita não convocar eleição em caso de renúncia definitiva, com uma equipe técnica, e não política, tomando as decisões até o final deste mandato, previsto para terminar em 2023.
Por isso, a reunião promete ser tensa. E a situação de Tite também vai entrar na pauta, com a possibilidade da saída do técnico após o jogo de terça-feira, contra o Paraguai.