As direções de Grêmio e Inter aguardam uma posição das autoridades sanitárias e desportivas nacionais para decidirem se vacinarão ou não seus times e comissões técnicas profissionais com as doses de CoronaVac recebidas pela Conmebol. A entidade continental começará a consultar os departamentos jurídicos e médicos da CBF e das demais federações nacionais a partir da sexta-feira (23).
Segundo informou a Conmebol nesta quinta (22), 50 mil doses de vacina chegarão ao Uruguai na próxima quarta (28). Assim como quando a aquisição do lote de imunizante foi comunicada, os presidentes Romildo Bolzan e Alessandro Barcellos ainda não externaram uma decisão sobre o projeto da entidade continental.
"Neste momento, o clube está preocupado com a reta final do Campeonato Gaúcho e as partidas da Libertadores da América. Não estamos pensando neste assunto", afirmou a assessoria do Inter, no mesmo tom da do Grêmio, que repetiu as palavras do mandatário sobre a vacina:
"O Grêmio irá avaliar o processo sob o ponto de vista ético e humanitário. Existem categorias que, neste momento, impactam mais pela busca da normalidade do convívio social e comunitário, que precisam ser tratadas de forma prioritária. O futebol mesmo com os seus cuidados, não pode se antepor ao tema que é de cunho coletivo."
A incerteza existe por conta do desacerto entre as determinações da Anvisa, autoridade nacional que é responsável pela vacinação no Brasil, e a Conmebol, dona das vacinas. Na última semana, a Anvisa afirmou que as vacinas que entrarem no Brasil deverão ser repassadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), "a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI)".
A Conmebol afirma que as vacinas não poderão ser destinadas a qualquer outro fim. A ideia da entidade é iniciar a imunização pelas seleções que jogarão a Copa América, marcada para junho. A reportagem procurou a assessoria da CBF em busca de uma posição sobre o projeto da Conmebol, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta matéria.