A Conmebol informou nesta quinta-feira (22) que as vacinas contra a covid-19 doadas pela Sinovac Biotech chegarão ao Uruguai no dia 28 de abril. A partir disso, começará o processo de distribuição das 50 mil doses doadas pela multinacional chinesa para os países que compõem a entidade sul-americana, respeitando as normas legais e sanitárias de cada um deles.
Na última semana, a Anvisa afirmou que, caso algum lote destas vacinas tenha solicitação de entrada no Brasil, elas deverão ser repassadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), "a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI)". Isso seria decorrente do fato de os jogadores e membros das comissões técnicas não fazerem parte dos grupos prioritários previstos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19. Logo, a tendência é a de que estas doses não entrem no país, uma vez que, segundo a Conmebol, elas não poderão ser destinadas a qualquer outro fim que não o do futebol.
Já prevendo restrições em alguns países, a entidade destacou que a vacina não será obrigatória, e os jogadores que não forem imunizados (ou optarem por não serem) não serão penalizados ou excluídos das competições.
Na semana passada, quando o anúncio da parceria com os chineses foi revelada, os presidentes da dupla Gre-Nal se manifestaram contrários ao "privilégio", alegando que há outros grupos prioritários para receber vacinas — cuja produção mundial está muito abaixo do necessário. Menos de 15% da população brasileira, por exemplo, recebeu a primeira dose. Outros dirigentes pelo país têm a mesma posição. A CBF, oficialmente, não se manifestou sobre o tema.
Diante da repercussão negativa da doação dos imunizantes (que envolveria os chineses como patrocinadores da Copa América), a Conmebol tentou justificar a parceria frisando que as 50 mil doses foram produzidas exclusivamente para o futebol sul-americano, não sendo, portanto, desviadas de outro fim — segundo especialistas em saúde, o argumento é falho e se caracteriza como fura-fila, uma vez que nem todas as fabricantes de vacinas juntas conseguem atender à demanda mundial diante da grave situação da doença após o aparecimentos de variantes do coronavírus.
A nota divulgada pela Conmebol ainda informa a ordem que a vacinação deve ser seguida, iniciando com as equipes que disputarão a Copa América e as que estão participando dos torneios internacionais: Libertadores (caso do Inter) e Sul-Americana (caso do Grêmio). Em um segundo momento, chegará também às equipes masculinas e femininas das primeiras divisões de cada país. Isso também inclui o corpo técnico e os assistentes envolvidos em cada clube. Por fim, a ordem será finalizada com os árbitros e o pessoal operacional envolvido na organização dos jogos.