O conto de fadas para o russo Aslan Karatsev, tenista de 27 anos e apenas o 114º do ranking da ATP que veio do qualifying, acabou nesta quinta-feira (18) no Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada do tênis. Amplo favorito na primeira semifinal do torneio, o sérvio Novak Djokovic fez valer a condição de número 1 do mundo e dominou do início ao fim o confronto para vencer por 3 sets a 0 (parciais de 6/3, 6/4 e 6/2), em 1 hora e 53 minutos — e alcançar a sua 28ª final de Grand Slam e a nona em Melbourne.
Maior vencedor na história do Aberto da Austrália, Djokovic tem oito conquistas em Melbourne. Aos 33 anos, o sérvio está em busca de seu 18º título de Grand Slam para reduzir a diferença para seus dois principais rivais, o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal, ambos com 20 troféus cada um. O primeiro não disputou o torneio e está em fase final de recuperação das duas cirurgias no joelho direito a que foi submetido no ano passado. Já o espanhol foi eliminado nas quartas de final.
Caso conquiste mais um título na Austrália, Djokovic será o segundo tenista na história a ter pelo menos nove conquistas no mesmo Grand Slam. O primeiro foi Nadal, que já acumula 13 troféus de Roland Garros. Já Federer tem como melhor marca os oito títulos de Wimbledon. Além disso, pode igualar uma marca do espanhol entre os jogadores com seis títulos de Grand Slam depois dos 30 anos.
Ao longo da competição, Djokovic tem confessado ter problemas físicos por conta de uma lesão muscular na região abdominal. No entanto, isso parece estar mais que ultrapassado.
— Isto é o melhor que já me senti em todo o torneio. Me senti bem, não senti dores. Foi o melhor jogo até agora, chegou mesmo na altura certa. Estou emocionado. Emocionado por me sentir nesta forma — afirmou o sérvio logo após a vitória.
O número 1 do mundo começou a sentir o problema físico na partida de cinco sets contra o americano Taylor Fritz pela terceira rodada e precisou reduzir a carga de treinos. Cogitou até abandonar o torneio. Até a tranquila semifinal, sua única vitória em sets diretos havia sido contra o francês Jeremy Chardy na estreia. Já contra o americano Frances Tiafoe, o canadense Milos Raonic e o alemão Alexander Zverev, fez jogos de quatro sets.
O adversário de Djokovic na final marcada para este domingo (20) virá da partida entre o russo Daniil Medvedev e o grego Stefanos Tsitsipas, que se enfrentam nesta sexta-feira (19). O sérvio lidera o histórico de confrontos contra Tsitsipas por 4 a 2 e tem vantagem de 4 a 3 no retrospecto contra Medvedev. Ambos lutam pelo primeiro título de Grand Slam de suas carreiras, sendo que o russo já tem uma final de US Open no currículo.
Para falar de seus possíveis rivais, Djokovic comentou a derrota de Nadal para Tsitsipas nas quartas de final:
— Comecei a ver o jogo a partir do terceiro set. O Stefanos esteve incrível em não desistir. O Rafa estava jogando de forma incrível. Estava dominando o jogo, mas de alguma forma o Stefanos deu a volta. Jogou um tie-break sólido e depois ficou dentro do jogo. Foi um encontro de qualidade alta, provavelmente o melhor jogo do torneio até agora. Ambos jogaram em um nível muito alto. Por falar em nível muito alto... o Medvedev é quem está em um nível mais alto nestes últimos três ou quatro meses — concluiu.