O caso envolvendo o jogador Robinho tomou conta dos holofotes esportivos do Brasil nos últimos dias. Contratado pelo Santos, o atacante de 36 anos foi bastante contestado pelo suposto caso de estupro que ocorreu na Itália, em 2013. Em novembro de 2017, o atleta foi condenado em primeira instância, na Itália, a nove anos de prisão por violência sexual. Tamanha repercussão negativa — tanto com torcedores quanto com patrocinadores — fez o time da Vila Belmiro suspender o contrato com o jogador na sexta-feira (16).
Após a divulgação de transcrições de interceptações telefônicas, feitas com autorização da Justiça italiana, Robinho finalmente rompeu o silêncio. Ao UOL, o jogador disse, neste sábado, que seu único arrependimento foi ter sido infiel a sua esposa. O atacante se defendeu das acusações que tem sofrido e afirmou ainda que toda relação que teve com a mulher que o denunciou foi consensual.
— Olha, eu me arrependo de ter traído a minha esposa. Este é o meu arrependimento — declarou o jogador, que em nenhum momento negou que teve contato íntimo com a moça. Segundo Robinho, tudo que aconteceu entre os dois foi de comum acordo e que ele teria ido embora antes que seus amigos tivessem tido maior contato físico com a mulher.
— Não tive relação sexual com ela, não — afirmou o atacante. —A gente teve relação entre homem e mulher, de ela me tocar e eu tocar nela, porque ela quis e eu também quis, mas não cheguei a fazer sexo com ela — explicou. — Nenhuma penetração e nem nada disso —argumentou.
De acordo com a investigação, Robinho e outros cinco amigos, incluindo Ricardo Falco, que também foi condenado, levaram uma jovem de origem albanesa ao camarim de uma boate chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo.
—Eu saí. Eu fui antes para casa. Eles me contaram depois que eles fizeram: 'Com o consentimento da garota, a gente fez isso e isso'. Isso realmente eles me contaram depois —, explicou Robinho. Quando perguntado se estava presente no ato, o jogador negou:
— Quando eu saí, os garotos continuaram lá com o consentimento dela. Eu estou me defendendo. Os garotos, se eles fizeram alguma coisa com ela, eu não posso falar por eles. Eu sei o que eu fiz com ela e com o consentimento dela. Foi isso o que aconteceu.
O atacante tentou se explicar quando foi perguntado sobre algumas frases que, segundo ele próprio, poderiam ter sido tiradas de contexto ou traduzidas de forma equivocada do processo em italiano.
— Eles traduziram muita coisa fora de contexto. Na verdade, isso faz muito tempo. E em conversa de WhatsApp a gente fala, mas nunca com falta de respeito, nunca por desrespeitar as mulheres. Eles falaram que homens conversam entre si, né. Que teve relação sexual com a mulher, com o consentimento dela, porque ela quis e é exatamente isso.