Primeiros clubes da Série A do Brasileirão a retomar os treinamentos após a parada forçada pela pandemia do coronavírus, Grêmio e Inter completam um mês de atividades nesta semana. As medidas sanitárias de prevenção e segurança adotadas pelos governo do Estado e municipal ainda impedem a realização de treinos coletivos. Isso significa que os jogadores só pedem fazer trabalhos com bola de fundamentos como passes, condução de bola, cruzamentos e finalizações, o que gera um desafio para as comissões técnicas na busca pelo ritmo de jogo.
Um período prolongado de treinamentos é incomum no apertado calendário do futebol brasileiro. No começo do ano, por exemplo, a dupla Gre-Nal teve 15 dias entre as apresentações do grupo e as estreias no Gauchão. Menos de um mês após o primeiro treino, o Inter foi a Santiago encarar a Universidad de Chile, pela fase preliminar da Libertadores. Até a interrupção das competições, a equipe comandada por Eduardo Coudet disputou 15 jogos em 52 dias. Por entrar diretamente na fase de grupos da competição continental, o Grêmio teve um calendário um pouco mais folgado, com três partidas a menos na temporada.
Os atletas não chegaram a ficar totalmente parados nos cerca de 50 dias sem atividades nos dois centros de treinamentos. Quando houve a interrupção, tanto Inter quanto Grêmio passaram cartilhas de atividades a serem feitas em casa. Os preparadores dos dois clubes avaliam que as condições dos atletas no retorno foram boas, superiores, por exemplo, às do começo do ano.
— Os jogadores retornaram muito bem. Ficou claro que fizeram o que indicamos neste recesso. Nessas quatro semanas de trabalho, focamos em aumentar suas capacidades aeróbica e de força dentro das restrições existentes — observa o preparador físico colorado Octávio Manera.
— A grande maioria continuou treinando em casa no período que estavam em quarentena — diz o gremista Márcio Meira, que teve contaminação por covid-19 e voltou a trabalhar com o elenco apenas na semana passada.
Desafio
Se o longo tempo para treinos físicos é um ponto positivo, a impossibilidade de realizar atividades coletivas e também a incerteza sobre quando as competições serão retomadas são obstáculos que os profissionais da Dupla enfrentam neste momento. No Inter, Octávio Manera ressalta que a ideia é tentar simular nos próximos dias situações de jogos respeitando as distâncias entre os atletas. Ele admite que é impossível atingir o ritmo ideal sem trabalhos coletivos.
— Nas próximas semanas, esperamos poder realizar algumas ações de jogo e práticas de futebol, seguindo os protocolos das autoridades de saúde, tentando chegar na melhor maneira possível para quando recomeçar as competições. O treinamento coletivo é fundamental para o jogador de futebol. Não pode ser substituído por nenhum treinamento analítico — admite.
Já o Grêmio iniciou nessa terça-feira (2) uma nova rotina de treinamentos. O novo planejamento tem por objetivo executar atividades que aproximem as situações de jogo, como exercícios de mais velocidade e maior movimentação. Os treinos ainda deixaram se ser em dois turnos a passaram a ser realizadas apenas pela amanhã com o elenco dividido agora em cinco grupos e não mais em seis.
— Quanto ao condicionamento físico de agora, os jogadores estão muito bem, claro que falta ainda um pouco mais da parte específica, que seria o treino com bola em grande grupo —aponta Meira.