Há 29 dias, não ouvimos um narrador gritar "gol" na Gaúcha ou na RBS TV. A última vez que um torcedor teve a oportunidade de comemorar junto com o seu clube dentro de um estádio no Rio Grande do Sul completa hoje 32 dias. E quis o controlador destino que fosse um Gre-Nal. Tão desejado. O primeiro da história da Libertadores. Sem gols. O último de um enredo que não sabemos como retornará. Mas, por desejarmos tanto que volte, já temos saudade. Não necessariamente do passado. Saudade do que a gente vai viver. Saudade do Esporte.
A partir desta segunda-feira (13), estamos iniciando um projeto para trazer leveza para um momento tão complexo da sociedade e contar histórias positivas e agregadoras que motivem as pessoas. Ainda não haverá um novo jogo. Não teremos atletas nos tatames ou nas piscinas.
Iremos, contudo, dar início ao fortalecimento do sentimento de que todos esses fatos ocorrerão em breve. Serão contados por nós. E estaremos ao lado das pessoas para viver cada novo roteiro que o esporte nos reserva. Dito o porquê, a pergunta é: como faremos isso? Daremos a oportunidade para o público escolher quais histórias devem ser recontadas. Remontaremos o momento (mundo, contexto, ambiente) em que foram vividas.
Possibilitaremos que os torcedores nos digam como estão vivendo o hiato esportivo e a distância física do torcer. Desenharemos o caminho que pode unir as grandes histórias já vividas com aquelas que desejamos contar em pouco tempo. Sem deixar de enfrentar o momento atual e ter a dimensão do seu tamanho. Focados na orientação de que, se puderem, as pessoas devem ficar em casa. E cientes de que nós poderemos ser a parceria, a distração e a companhia.
Churrasco com os amigos antes de ir para o estádio. Camisa nova para a filha que vai à arquibancada pela primeira vez. Fone de ouvido para acompanhar o jogo no celular. Ou seria radinho? Ou até mesmo ir para a casa do vô e sentar no mesmo sofá da sorte de sempre. O casamento que começou na torcida. O batizado que ficou para depois porque, naquele dia, era a estreia do time na Terceirona do Gauchão. A vida que precisa esperar enquanto o atacante corre para bater o pênalti.
Por enquanto, vamos pelo que nos inspira a aguardar. Peço, então, a ajuda de vocês para vivermos e nos divertirmos com ela. A saudade do esporte.