Ronaldinho tem audiência na Justiça paraguaia, em Assunção, nesta sexta-feira (6), segundo o advogado que defende o ex-jogador em ações no Rio Grande do Sul, Sérgio Queiroz. Segundo ele, "ficou esclarecido que (Ronaldinho e Assis) não tinham conhecimento acerca do passaporte ter sido emitido fora dos protocolos". Queiroz se refere ao depoimento do ex-jogador ao Ministério Público, na capital paraguaia. Garante que "o passaporte era legítimo", mas que "a emissão não seguiu os protocolos".
Segundo o advogado, Ronaldinho e Roberto de Assis Moreira não tinham conhecimento e tampouco tiveram má-fé. Queiroz disse que não há definição de horário para a audiência. Adianta, no entanto, que os irmãos não estão mais sendo monitorados no hotel onde estão hospedados e que devem retornar ao Brasil nesta sexta-feira.
Depoimento ao Ministério Público
O ex-jogador e seu irmão terminaram seus depoimentos no Ministério Público do Paraguai, na capital Assunção, e deixaram o local acompanhados pelo advogado paraguaio Adolfo Marin, que faz a defesa deles no país. Eles foram flagrados na quarta-feira (4) com passaportes falsos. Na saída do edifício, por volta das 16h (horário de Brasília) desta quinta-feira, apenas Marin falou com a imprensa. As informações são da rádio local Uno 650 AM.
— Eles não solicitaram nem manejaram os documentos. Receberam os passaportes em casa e não deram importância, porque têm seus documentos — declarou o advogado, enquanto saíam do prédio cercados por profissionais da imprensa.
O promotor Federico Delfino explica que os irmãos portavam também seus passaportes brasileiros — o ex-jogador fez um acordo com a Justiça brasileira para receber os documentos novamente, depois de eles terem sido apreendidos por um caso de dano ambiental.
— Eles (Ronaldinho e Assis) nos disseram que foram orientados por este senhor detido (Wilmondes Sousa Lira, o empresário que convidou os irmãos ao país) a usarem os documentos novos, porque eram um presente de quem os recebia no país. Isso nos confunde um pouco, e estamos analisando — comentou com a imprensa local.
O jornal espanhol Marca noticia a prisão das mulheres paraguaias María Isabel Gayoso e Esperanza Apolonia Caballero, supostas donas dos passaportes que tiveram os números copiados pelos falsificados utilizados pelos irmãos para entrar no país. A informação foi divulgada pelo promotor paraguaio Federico Delfino. Os documentos teriam sido expedidos entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020. Por fazerem parte do Mercosul, Paraguai e Brasil não exigem passaportes de quem cruza a fronteira entre os países.