Dizem que o futebol não permite o "se", mas um dos passatempos prediletos de quem aprecia o esporte é imaginar uma realidade paralela para os fatos. Por exemplo, quem nunca imaginou como seria se aquela bola tivesse entrado no gol? Ou se aquele jogador tivesse sido contratado? E se o juiz tivesse marcado aquele pênalti claríssimo?!
A partir desta segunda-feira (30), GaúchaZH usa e abusa do condicional para desenhar um destino diferente para acontecimentos históricos do futebol, principalmente envolvendo a dupla Gre-Nal. Diariamente, uma matéria será publicada, recriando os desfechos — com final feliz ou não. Obviamente, o tom adotado é de descontração para exercitar tanto a memória quanto a imaginação do torcedor.
Confira as projeções realizadas:
Depois de passar pelo Al-Ahly na semifinal, o Inter se credenciou para disputar o título do Mundial de Clubes de 2006 contra o poderoso Barcelona, de Ronaldinho. Eis que, com a partida se encaminhando para o final com empate em 0 a 0, o capitão colorado Fernandão teve de ser substituído por cãibras. Coube ao contestado Adriano Gabiru entrar em campo. Mas e se a escolha de Abel Braga tivesse sido outra, o título teria sido conquistado?
Após amargar uma temporada de dificuldades na Série B, o Grêmio chegou ao jogo decisivo do Acesso com vantagem de poder empatar com o Náutico para voltar à elite do futebol. No primeiro tempo, pênalti para os donos da casa, nos Aflitos, e Bruno Carvalho perdeu. Na segunda etapa, nos acréscimos, o inacreditável. Pênalti contra o Grêmio e Galatto pegou a cobrança de Ademar, quando o Tricolor tinha sete jogadores em campo. Mas e se o goleiro não defendesse? Como seriam os minutos finais daquele jogo? E se não subisse?
Além do então presidente gremista, Paulo Odone, dirigentes palmeirenses e flamenguistas abriram negociações com Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do atleta, e com o Milan, clube em que Ronaldinho atuava. Porém, 10 anos depois de sua saída conturbada rumo ao PSG, quando não deixou um único tostão nos cofres tricolores, o meia teve a chance de reatar sua relação com o clube gaúcho. Como seria seu retorno?
A chance de espantar a zebra africana poderia ter sido aproveitada por Rafael Sobis quando, logo a 10 minutos de jogo, recebeu passe de Alecsandro dentro da pequena área. Digamos que, ao invés de parar no goleiro Kidiaba, o atacante acertasse as redes. Com 1 a 0 no marcador, os jogadores colorados estariam mais tranquilos para administrar a vantagem e, em espaços de contra-ataque, quem sabe até ampliar o placar no decorrer da partida. Mesmo que Kabangu ou Kaluyituka descontassem no segundo tempo, o Colorado estaria em mais uma decisão de Mundial. O próximo passo, então, seria enfrentar a Inter de Milão.
Definiu-se o seguinte critério: o campeão do primeiro turno enfrentaria o campeão do segundo, para decretar o título nacional. Para a dupla Gre-Nal, que não conseguiu erguer a taça neste novo formato do campeonato, uma boa notícia: Grêmio e Inter disputariam duas finais, cada um.
Para formar um time, levou-se em consideração apenas jogadores nascidos no Rio Grande do Sul. É importante frisar isso porque muitos jogadores revelados pela dupla Gre-Nal são naturais de outros Estados, como Arthur (goiano), Fred (mineiro) e Everton (cearense). Além disso, outros que sequer brilharam por equipes gaúchas poderiam aparecer nesta eventual convocação. No gol, Alisson, Marcelo Grohe e Cássio são as opções, na posição mais bem servida.
Cada uma das equipes havia vencido uma das partidas por 1 a 0, portanto a decisão foi para os pênaltis. A disputa estava empatada em 3 a 3, quando o goleiro do Athletico-PR pediu para cobrar. Marcelo Grohe defendeu a cobrança e o Grêmio se classificou. A situação seria bem diferente caso o time paranaense tivesse avançado.
Para não cair à segunda divisão nacional, o Colorado não dependia apenas de si — precisava que o Palmeiras perdesse para o Vitória, em Salvador, e que a Portuguesa não vencesse o Bahia, no Canindé. De fato, os resultados paralelos aconteceram. O maior problema seria justamente bater o time paraense, em Belém, que naquele mesmo ano havia conquistado a Copa dos Campeões sobre o Cruzeiro. Portanto, não era impossível imaginar uma derrota no Mangueirão.
Para muitos torcedores, o pênalti sobre Tinga, sonegado na antepenúltima rodada, bastaria para decretar o título do Inter. Porém, mesmo que tivessem vencido por 2 a 1 no Pacaembu, os comandados de Muricy Ramalho chegariam ao final do campeonato com os mesmos 80 pontos do Corinthians, mas com um saldo de gols inferior. Portanto, o VAR não seria suficiente para mudar as mãos que levantaram a taça. O grande "algoz" colorado daquele ano foi o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que anulou 11 partidas da competição, todas apitadas por Edilson Pereira Carvalho.
No mundo real, o gol da equipe espanhola foi marcado aos sete minutos do segundo tempo. Digamos que a bola tivesse explodido no corpo de Lucas Barrios e saísse da área. O Tricolor teria mais de meia hora para sobreviver ao bombardeio madrilenho que se seguiria. Mas já que a proposta é exercitar o "se", um Grêmio aguerrido levaria a disputa do título para os pênaltis. Como seria o desfecho?
Por que fizemos esta matéria?
Entrando no clima da virada para 2020, GaúchaZH resolveu brincar com o improvável. Sempre admitindo que o "se" não existe no futebol, ou na vida, exercitamos a imaginação para relembrar momentos históricos do futebol neste século. São 10 episódios, logicamente não verdadeiros, que retratam os fatos com um desfecho diferente. A lista envolve principalmente a dupla Gre-Nal.
Quais os cuidados que tomamos para sermos justos?
No tratamento a Grêmio e Inter, tomamos o cuidado para sermos igualitários. São oito acontecimentos ocorridos desde o ano 2000 com os dois clubes, divididos em dois grupos, quatro relembrando momentos dos colorados e quatro dos gremistas. As abordagens sempre buscam referências em fatores que realmente poderiam ter mudado a realidade.