Uma das frases prontas do futebol diz que o "se" não existe. Mas, digamos que ele existisse e, a partir disso, abrimos um precedente para imaginar uma realidade paralela. Em uma delas, GaúchaZH resolveu projetar como seria se o Inter não tivesse vencido o Paysandu, em 2002, e acabasse rebaixado para a Série B.
Para não cair à segunda divisão nacional, o Colorado não dependia apenas de si — precisava que o Palmeiras perdesse para o Vitória, em Salvador, e que a Portuguesa não vencesse o Bahia, no Canindé. De fato, os resultados paralelos aconteceram. O maior problema seria justamente bater o time paraense, em Belém, que naquele mesmo ano havia conquistado a Copa dos Campeões sobre o Cruzeiro. Portanto, não era impossível imaginar uma derrota no Mangueirão. E, digamos, que ela ocorreu, antecipando em 14 anos a inédita queda vermelha.
Com o fato consumado, o Inter teria dificuldades gigantes em montar um time para 2003. Para piorar, ainda teria a perda do atacante Mahicon Librelato, morto em acidente de carro em novembro de 2002, em Florianópolis. Sem dinheiro nos cofres, a saída do clube seria, como de fato foi, apostar em jogadores das categorias de base para voltar à elite. Chiquinho, Daniel Carvalho, Diego, Diogo e Nilmar naturalmente ganhariam espaço em meio à Série B. A grande questão é decifrar se o clube conseguiria o acesso já no ano seguinte. Junto com o Inter, teriam caído Palmeiras, Botafogo e Gama. Destes, apenas dois subiriam.
Outra dúvida é saber se Muricy Ramalho, que estava no Figueirense, teria aceitado o convite para jogar a Série B. Uma eventual negativa poderia ter antecipado a contratação de Lori Sandri, técnico campeão gaúcho com o Juventude em 1998, e que desembarcaria no Beira-Rio em 2004. Enfim, considerando os 24 participantes da Segunda Divisão daquele ano, é possível imaginar que o time chegasse entre os oito primeiros, classificando-se para o quadrangular da segunda fase. O Palmeiras, de Jair Picerni, com o goleiro Marcos, o volante Magrão e o atacante Vágner Love, deveria subir tranquilamente. Para sacramentar o acesso, os colorados teriam de brigar pela segunda vaga com o Botafogo, de Levir Culpi, que tinha em campo o goleiro Max e os atacantes Almir e Leandrão. Ou seja, guiado pelo gols de Nilmar e Daniel Carvalho, o Inter bem poderia voltar à Série A.
A herança de um rebaixamento, e de uma grave crise financeira, no entanto, poderiam atrapalhar os sonhos futuros. Os títulos da Libertadores e do Mundial de Clubes, que vieram em 2006, poderiam jamais ter acontecido. Ou, quem sabe, adiados em alguns anos ou década.
Por que fizemos esta matéria?
Entrando no clima da virada para 2020, GaúchaZH resolveu brincar com o improvável. Sempre admitindo que o "se" não existe no futebol, ou na vida, exercitamos a imaginação para relembrar momentos históricos do futebol neste século. São 10 episódios, logicamente não verdadeiros, que retratam os fatos com um desfecho diferente. A lista envolve principalmente a dupla Gre-Nal.
Quais os cuidados que tomamos para sermos justos?
No tratamento a Grêmio e Inter, tomamos o cuidado para sermos igualitários. São oito acontecimentos ocorridos desde o ano 2000 com os dois clubes, divididos em dois grupos, quatro relembrando momentos dos colorados e quatro dos gremistas. As abordagens sempre buscam referências em fatores que realmente poderiam ter mudado a realidade.