O presidente da Fifa, Gianni Infantino, defendeu nesta quinta-feira (17) uma proibição mundial de acesso aos estádios para os torcedores culpados de atos racistas, três dias depois de incidentes durante a goleada por 6 a 0 da Inglaterra sobre a Bulgária.
— Isto (o racismo) lamentavelmente existe em 2019 — reconheceu em uma coletiva de imprensa em Daca, Bangladesh.
Na segunda-feira (14), o confronto de classificação para a Eurocopa 2020, em Sofia, teve que ser interrompido em duas ocasiões devido a atos racistas contra jogadores negros ingleses.
— Se são cometidos atos racistas contra os jogadores, devemos interromper a partida — disse Infantino. — Não podemos deixar que as pessoas racistas vençam. O futebol tem que continuar e nós temos que punir essas pessoas — finalizou.
O ítalo-suíço garantiu que agora é fácil identificar os autores destes atos, graças às câmeras nos estádios.
— É preciso pegá-los, expulsá-los dos estádios, não deixá-los entrar mais e abrir processos judiciais contra eles — pediu.
Se um país proíbe a entrada nos estádios a um espectador por racismo, o presidente da Fifa assegurou que a sanção "será estendida a todo mundo" pelo organismo mundial do futebol.
Seis búlgaros foram detidos após o jogo na segunda-feira. O confronto foi manchado por gritos de macaco e saudações nazistas, enquanto outros três são procurados. Um búlgaro de 18 anos foi acusado e outros quatro torcedores receberam uma multa e uma proibição de frequentar estádios durante dois anos.
Infantino condenou na terça-feira (15) os incidentes, denunciando uma "doença que parece piorar em certas partes do mundo" e dando prioridade à "educação de nossos jovens, de nossas crianças assim como dos que são um pouco mais velhos" para combater o racismo.