A Federação Búlgara de Futebol poderá ser punida por comportamento racista e outras três irregularidades durante a derrota para a Inglaterra por 6 a 0, na última segunda-feira (13). A federação inglesa também deverá sofrer sanção, por vaias de torcedores durante o hino e número de integrantes insuficientes na delegação. As informações são do jornal britânico Mirror.
A partida válida pelas Eliminatórias da Eurocopa foi um jogo a ser lamentado. Torcedores búlgaros entoaram saudações nazistas, além de fazerem sons e gestos que imitavam macacos a cada toque na bola de jogadores negros como Tyrone Mings, Marcus Rashford e Raheem Sterling, da Inglaterra. O confronto chegou a ser interrompido duas vezes, como manda o protocolo da Uefa, e não foi terminado.
Jogadores, federações, autoridades e imprensa criticaram a postura dos torcedores exigindo punições. O portal BBC Sports detalha a demissão do presidente da federação búlgara, Borislav Mihaylov, logo após o jogo. O primeiro ministro do país, Boyko Borissov, pedia a demissão de Mihaylov ainda durante a partida.
"Eu condeno fortemente a conduta de alguns dos fãs no estádio. É inaceitável que a Bulgária, que é um dos países mais tolerantes do mundo e que tem pessoas de diferentes etnias e religiões convivendo pacificamente, seja associada ao racismo", escreveu Borissov no Twitter.
As injúrias raciais que vinham das arquibancadas foram denunciadas ao árbitro pelo capitão inglês, Harry Kane. O jornal inglês Mirror destaca que a equipe da casa também reagiu a conduta dos torcedores. O capitão da seleção búlgara, Ivelin Popov, foi até a torcida e pediu verbalmente para que parassem. Na coletiva, após o jogo, ele se disse envergonhado.
— Nós podemos ter uma grande punição e isso não é bom para o futebol da Bulgária. Se outros jogadores quiserem vir para cá, eles ouvirão o que é dito e como é ruim o que é dito. Isso não é bom para ninguém — lamentou Popov.
Por parte dos jogadores ingleses, a reação foi a de querer responder em campo. O portal BBC Sports traz a fala do volante inglês Henderson, 29 anos, atleta do Liverpool. As interrupções por conta de racismo aconteceram ainda no primeiro tempo, que terminou 3 a 0 para os ingleses.
— Nós deixamos o futebol falar por nós. A mensagem no vestiário durante o intervalo era que nós queríamos voltar para o segundo tempo e fazer o time deles sofrer em campo. Eu acho que fizemos isso — relata o jogador.