Uma cena chamou atenção e de certa forma até surpreendeu na classificação do Brasil para a semifinal da Copa América, nesta quinta-feira (28). Antes da primeira cobrança de pênalti do Paraguai, os torcedores na Arena, grande maioria formada por gremistas, gritaram o nome de Alisson, formado e identificado com o Inter. Para o homem que ajudou Alisson a virar um dos principais goleiros do mundo, o preparador Daniel Pavan, o que ocorreu no estádio do Grêmio mostra que Alisson ultrapassou a barreira da rivalidade Gre-Nal.
— Surpreendeu realmente. A gente sabe da rivalidade da dupla Gre-Nal. Normalmente, mesmo o torcedor sabendo da qualidade do jogador do rival, acaba não torcendo. Acredito que tenha sido uma surpresa (para ele). Fico feliz, porque mostra que ele ultrapassou essa barreira da rivalidade. É merecido, não tenho dúvida de que hoje ele é o melhor goleiro do mundo — contou Pavan ao GaúchaZH.
Daniel Pavan e Alisson construíram uma relação de amizade. Foram oito anos de trabalho juntos — quatro na base e outros quatro no profissional. Pavan relatou que viu o jogo desta quinta-feira acompanhado dos demais integrantes da comissão técnica do Inter e manteve firme a confiança de que Alisson poderia ser decisivo nas cobranças.
— Assistimos juntos. Estava todo mundo torcendo para o Brasil, especialmente para o Alisson. A gente sabia que o Gatito era pegador de pênaltis, mas eu lembrava que o Alisson também era pegador e dizia que tinha certeza de que ele ia defender. Depois, todo mundo brincou, porque eu tinha tido essa confiança — destacou.
O pênalti defendido por Alisson, o de Gustavo Gómez, mostrou, segundo Paván, a qualidade do goleiro brasileiro.
— Foi um pênalti no canto, batido forte e firme no chão. Ali, mostrou toda a qualidade do Alisson, a explosão e toda a envergadura. Por ser o primeiro pênalti, com certeza aquilo desestabilizou um pouco o Paraguai e deu uma tranquilidade para os batedores brasileiros — completou.