Em suas entrevistas, Levir Culpi costuma adotar um tom crítico. Desempregado desde que foi demitido do Atlético-MG no início de abril, ele foi um dos convidados do programa Bem, Amigos!, no SporTV, na noite desta segunda-feira (6). E, mais uma vez, causou polêmica.
— Eu estou de férias e nas férias eu costumo falar bobagens — avisou ele, logo no início de sua fala.
Questionado por Galvão Bueno sobre o futuro da Seleção Brasileira, o treinador falou, em tom de ironia, que o próximo técnico do Brasil será o atual comandante do Santos, Jorge Sampaoli.
— Eu tenho uma certeza sobre a Seleção. Sei quem vai ser o próximo técnico. O Sampaoli. Porque ele foi treinar de bicicleta e porque tem tatuagens. E o mais importante: é que ele é argentino. Ele vai treinar a Seleção Brasileira, escuta o que eu estou falando. Esse é o Brasil, cara — disse Levir.
O profissional também não poupou críticas sobre as escolhas da CBF que, desde 2006, contrata treinadores nascidos no Rio Grande do Sul.
— Uma outra crítica velada, mas que cabe também. De onde são os últimos técnicos da Seleção Brasileira? Todos são gaúchos. É uma forma de pensar, o que seria? Por que essa sequência gaúcha? Tirando a competência dos técnicos, que não podemos questionar — declarou ele.
Em seguida, o agora comentarista Muricy Ramalho fez questão de ressaltar que Tite ocupa o cargo por merecimento. Já o repórter Marcos Uchôa lembrou das escolhas por Dunga e Paulo Roberto Falcão que, antes de comandarem a Seleção, jamais haviam trabalhado em clubes.
— Eu sou de Curitiba, mas comecei lá no Rio Grande do Sul e conheço bem como funciona. Reconheço a capacidade do povo gaúcho. É um povo vencedor. Vieram para o Brasil central e desenvolveram esse país todo — disse Levir para logo em seguida completar — Nós temos dois problemas no país, na minha opinião: o tamanho e o idioma. Vocês sabem o que está acontecendo no Acre agora? É tão longe que você não sabe onde é. E em seguida tem o português. Não nos entendemos muito bem. Os advogados interpretam o que a gente fala. Eles te prendem e te soltam através da interpretação. Os outros idiomas são muito mais simples de entender. Então, é uma somatória: os gaúchos conseguem se impor com o trabalho, e também são corporativistas. Eles se unem, são firmes e estão tomando conta. Virou essa dinastia gaúcha na Seleção Brasileira — concluiu.