Líder do Campeonato Cearense e do Grupo B da Copa do Nordeste, e classificado à terceira fase da Copa do Brasil, o Ceará não tinha motivo aparente para demitir o auxiliar técnico Marcelo Rospide. Mas, segundo ele, seu desligamento foi um pedido de Lisca. Neste domingo (24), o próprio treinador concedeu entrevista à Rádio Gaúcha e deu a sua versão sobre a polêmica que envolveu os dois profissionais gaúchos.
— Ele veio trazido por mim, porque teve muita dificuldade de encaixe no mercado. Deixou o Grêmio e não conseguiu progredir da maneira que imaginava, veio para ser meu segundo auxiliar. Em nenhum momento trabalhou para me derrubar, mas ele quer ser treinador. Na minha visão, o Marcelo tem que ser treinador e no que eu puder ajudar, vou ajudar. É um grande profissional. Ele sabe porque saiu, falamos várias vezes. Foi uma decisão minha, em conjunto com o presidente, para o Marcelo ir atrás do sonho dele — explicou Lisca.
O treinador do Ceará inclusive se mostrou contrariado a respeito de uma matéria do site UOL, que cita problemas de relacionamento interno no vestiário do clube nordestino.
— O menino que fez a matéria nunca veio aqui no Ceará. Ele está em São Paulo. O ambiente (no Ceará) é excelente. Nós e os jogadores demos risada da reportagem, porque tem uma série de situações que não existem. De que eu entrei no vestiário gritando, dizendo que o Marcelo queria o meu cargo... Não existe isso! Eu estou vivendo um bom momento e as pessoas estão tentando tumultuar o ambiente. A saída do Rospide é normal. Ele sabe por que (saiu) e está na hora de ele assumir o que ele quer, que é ser treinador de futebol. Está na hora de ele ter uma oportunidade, mas não será aqui no Ceará — comentou.
Lisca, no entanto, admite que errou ao não ter conversado pessoalmente com Rospide. Contudo, justificou que sua estadia no Rio de Janeiro, no curso da CBF, impediu este encontro.
— Eu estou bem, estou bem com os jogadores. Estou em um momento legal da minha carreira, reconhecido pelo Brasil inteiro. Não tenho nada a temer, minha consciência está tranquila. Agora as pessoas querem criar uma celeuma pela saída de um segundo auxiliar. Ele (Rospide) está chateado porque eu não falei com ele, e eu até concordo. Acho que poderíamos ter tratado de uma maneira diferente —conclui o comandante do Ceará.