Mesmo com nova cirurgia descartada neste momento, Neymar ficará afastado do futebol por 10 semanas, prazo de recuperação estimado pelo Paris Saint-Germain. Com isso, é possível que a fratura no pé direito faça o atacante ter a temporada com menos jogos de toda a sua carreira.
Na temporada passada, quando quebrou o quinto metatarso pela primeira vez, o atleta esteve em campo 37 vezes. Ele acumula 29 partidas em 2018/19 e precisará de uma recuperação sem maiores retrocessos para superar a marca de 2017/18 — a pior do brasileiro, distante de lesões graves em seus tempos de Santos.
Se a programação estabelecida pelo PSG for seguida à risca, o camisa 10 ficará novamente à disposição na segunda semana de abril, justamente quando começarão as quartas de final da Liga dos Campeões, mas, para atuar, além de cumprir o cronograma, ele terá de torcer para seus companheiros derrubarem o Manchester United nas oitavas.
Neymar, que completará 27 anos na próxima terça-feira (5), poderia voltar a jogar no Campeonato Francês no dia 13 de abril, contra o Lille, pela 32ª rodada. Restariam-lhe, portanto, sete jogos.
— Típico filme de super-herói. Começa a parecer que vai dar tudo errado, né, aí vem o final e nos mostra que, lutando por seus objetivos, vem a vitória — escreveu Neymar em suas redes sociais. Desde que foi constatada a lesão, ele não deu entrevistas.
Em um cenário no qual o PSG vai à final da Liga dos Campeões e da Copa da França, e o Brasil avança à decisão da Copa América, o atacante teria mais 20 oportunidades para jogar. Mesmo atuando em todos os compromissos, uma possibilidade pouco realista, chegaria a 49 participações na temporada, abaixo da marca de 50 que atingiu em seus quatro primeiros anos na Europa.
Até 2018, quando o atacante quebrou o pé direito pela primeira vez, só sua primeira temporada como profissional teve menos de 50 jogos. Em 2009, ainda um garoto de 17 anos que ganhava espaço no Santos, entrou em campo 48 vezes.
A sequência acima das 50 partidas anuais só foi quebrada com a fratura do ano passado. Antes dela, o atleta havia passado mais de três anos e meio sem problemas físicos mais sérios.
A lesão grave anterior ocorreu na Copa do Mundo de 2014. Atingido nas costas pelo colombiano Zuñiga, ele ficou fora da derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha, nas semifinais, e também da disputa pelo terceiro lugar, vencida pela Holanda por 3 a 0.
Depois disso, Neymar viveu um período de estabilidade. Ficou fora de alguns jogos em 2015/16 por uma caxumba e um pequeno problema muscular na coxa esquerda, mas não teve a temporada com um período lesionado como ocorreu em 2017/18 e em 2018/19.