A Assembleia Legislativa deve decidir até o início de março se os estádios de futebol no Rio Grande do Sul poderão voltar a vender bebidas alcoólicas durante as partidas. Os deputados já aprovaram a medida em votação no fim do ano passado, mas, como o governador Eduardo Leite confirmou nessa quarta-feira (16) que vetará o projeto, os parlamentares precisarão votar novamente a matéria, dando a palavra final sobre a proposta.
O veto, assim que for assinado pelo governador, será enviado para a Assembleia. Quando voltarem do recesso, em 1º de fevereiro, os deputados terão 30 dias úteis para decidir se mantêm ou se derrubam a decisão do governador. Se não for analisado neste prazo, passa a trancar a pauta de votações da Assembleia — ou seja, impede que outros projetos sejam apreciados até que este seja resolvido. O prazo para análise dos deputados deve expirar em 2 de março.
Se o veto for mantido, o retorno das bebidas alcoólicas ao interior dos estádios é sepultado. Se for derrubado, a liberação torna-se lei e os torcedores poderão beber até o intervalo e depois das partidas. Em dezembro do ano passado, o texto foi aprovado por 25 votos a 13. Outros 16 deputados estavam ausentes, incluindo Gilmar Sossella (PDT), autor da proposta. Como os parlamentares eleitos em outubro tomam posse em 31 de janeiro, o tema será reanalisado por uma nova composição da Assembleia.
— Eu não votei as duas vezes, tanto no projeto original, quanto agora (em dezembro). Eu manifestei incerteza. Continuo tendo dificuldade de certeza. Os números têm demonstrado que houve diminuição da violência nos estádio. E se eu votar contra a liberação, poderia me sentir hipócrita, já que as pessoas estão bebendo na porta dos estádios. Não é um tema simples. Eu acompanho o governador (contra a liberação da venda) — avaliou o líder do governo Leite na Assembleia, Frederico Antunes (PP).
A primeira sessão de votação com os novos deputados pode acontecer em 5 de fevereiro. Contudo, usualmente as primeiras sessões das novas legislaturas acontecem sem votação.