Foi aprovada nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, por 25 votos a 13, a liberação para comercialização e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul. Agora, o projeto precisa ser sancionado pelo governo do Estado para entrar em vigor em 2019. Decisão essa, acertada, ao meu ver.
A proibição da venda de bebidas dentro dos estádios não diminuiu a violência no futebol. Como exemplo, temos o que aconteceu recentemente na Argentina, quando torcedores do River Plate apedrejaram o ônibus do Boca Juniors no entorno do Monumental de Núñez.
Os torcedores consomem bebidas alcoólicas livremente em volta dos estádios e aguardam até o último minuto para ir às arquibancadas, ocasionando congestionamento nas catracas em jogos de grande público. O que contribui para a redução da violência, seja nos estádios ou qualquer outro lugar, são campanhas educativas e de conscientização. E, no caso dos infratores, punições severas. Basta olharmos o exemplo da Inglaterra, que enfrentou o problema dos hooligans, com torcidas violentas em todos os clubes, sem proibir o consumo de álcool em seus estádios.
A liberação do comércio de bebidas alcoólicas nos estádios gaúchos beneficiaria também os clubes do Interior do Estado, que passam por grandes dificuldades para montar e manter seus times e passariam a ter maior arrecadação. Outro ponto a ser considerado no projeto de lei 192 de 2018, do deputado Gilmar Sossella (PDT), que altera a lei 12.916, de 1º de abril de 2008, que proíbe a venda nos estádios e ginásios esportivos do Rio Grande do Sul, é que o comércio seria liberado somente até o intervalo e depois do término dos jogos, medida esta que contribuiria para o controle dos excessos.
Agora, a bola está com o governador José Ivo Sartori, que pode sancionar ou vetar a matéria, em até 15 dias. Com isso, a decisão também pode ficar para o governador eleito Eduardo Leite. O certo é que, sancionada a lei, os clubes deverão colocar mais seguranças privados nos estádios para que não seja sobrecarregado o efetivo da Brigada Militar. Além é claro, de tolerância zero com os brigões.