Correção: o prazo limite para sanção ou veto do governador do Estado à lei não é 2 de janeiro, como publicado neste site das 10h26 de 19 de dezembro às 11h27 de 19 de dezembro. A informação já foi corrigida.
Um dia após a Assembleia Legislativa aprovar, por 25 votos a 13, o projeto de lei que flexibiliza o consumo e a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios do Rio Grande do Sul, a comunidade médica demonstrou insatisfação com a decisão. Segundo o presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, Gilberto Schwartsmann, o texto “caminha na contramão de todas as observações que a gente tem de saúde”.
— Eu quero externar a opinião, que também é a da comunidade nacional, que essa decisão de tentar liberar (a venda de bebidas alcoólicas) é um desastre — afirmou, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (19).
De autoria dos deputados do PDT Gilmar Sossela e Ciro Simoni, o texto — que ainda precisa passar pela sanção do governador — estabelece que a comercialização fica liberada até o intervalo dos jogos e depois das partidas.
— Se olhar as causas de morte, no Rio Grande do Sul, a gente vai ver em primeiro lugar que são por doenças cardiovasculares, depois vem o câncer e as causas externas, que são acidentes, mortes violentas. Destas três coisas, o álcool tem um efeito deletério reconhecido há muito tempo — alertou Schwartsmann.
O médico ainda frisou que gostaria “que a sociedade se indignasse e protestasse com relação a essa medida, porque vai aumentar certamente a violência”.
A venda e o consumo de bebidas alcoólicas dentro dos estádios estão proibidos no Estado desde 1º de abril de 2008. Na época, a proibição foi motivada para tentar reduzir a violência em jogos de futebol.