Em meio a uma semana de instabilidade de resultados no Inter, o diretor-executivo de futebol, Rodrigo Caetano, já tem elementos para fazer avaliações e projeções, uma vez que permanecerá no comando do departamento em 2019, independente do resultado da eleição presidencial marcada para dezembro. Ele foi o entrevistado da edição de novembro do “Cardápio do Zé” no Gaúcha Sports Bar nesta quinta-feira (22). Rodrigo chega a ser bastante crítico e lamenta profundamente as duas derrotas consecutivas no Brasileirão, algo inédito para o time na competição.
- A semana foi ruim. Não tem como ser boa. E não pensem que tem alguém contente por estarmos na terceira posição. Quem trabalha no Internacional não pode se contentar com disputa de vaga na Libertadores. Ficou o gosto amargo de ter sido líder e agora termos que apenas garantir um lugar no G4.
Das avaliações, para as projeções, o executivo colorado está obstinado pela manutenção do trabalho deste ano e não abre mão de renovar o contrato do treinador Odair Hellmann, mesmo que após o jogo contra o Atlético-MG tenham surgido críticas da torcida contra o treinador.
- A ideia óbvia é de manutenção. Já estamos tratando da renovação do Odair. Não vamos nos pautar nunca pelas manifestações dos torcedores, seja para o lado que for. Elas ficam no campo da opinião. A torcida tem todo o direito de ir da frustração à euforia, ou o inverso, muito rapidamente, mas jamais um clube de futebol sério, que fale em planejamento, pode se basear por opiniões. Não passa por ninguém no clube algo diferente da intenção na permanência do Odair.
A análise do desempenho colorado no Brasileirão merece reparos, elogios e uma inconformidade do dirigente que também já projeta necessidades para melhorar em 2019.
- A campanha do Inter não foi aquém do que das expectativas, mas ela podia ser melhor. Pela história do clube, porém, não podemos discursar que foi boa em função do ano passado (disputa da Série B) ou de outras dificuldades. Temos que ser protagonistas. Para o próximo ano temos que corrigir o que nos afastou do título faltando duas rodadas e buscar esta conquista nacional que há 40 anos não é obtida.
Rodrigo Caetano está tranquilo para trabalhar em meio a um período eleitoral. Ele será mantido no cargo, independente de Marcelo Medeiros ser reeleito ou da vitória do oposicionista Luciano Davi:
— Gosto de saber da intenção do presidente e de seu concorrente. Mostra que nosso trabalho está agradando. É gratificante esta convicção. Faz com que planejemos melhor a nova temporada. Conheço o Luciano (Davi) desde a época em que ele era vice-de-futebol. Depois da minha saída do Flamengo e antes da vinda para o Inter tivemos uma conversa informal aqui em Porto Alegre. O Marcelo e o Melo Foram as pessoas que me convidaram e com os quais iniciamos este trabalho.
Podendo trabalhar livremente antes da eleição, além da renovação de Odair Hellmann, o diretor colorado garante que haverá a busca de reforços, desde que obedecendo os padrões orçamentários, não descarta a venda de atletas ainda na próxima janela de transferências em janeiro e revela que quer manter no Beira-Rio os quatro jogadores cujos contratos se encerram no final do ano: Leandro Damião, Wellington Silva, Rossi e Fabiano.
- Não posso confirmar nada, mas queremos manter os quatro. Claro que dependemos de acertos caso a caso. O Damião, por exemplo, não vejo problema em estar no mesmo elenco do Guerrero pois o levei para o Flamengo quando o Paolo (Guerrero) estava lá. Jogaram juntos.
Quando fala em Paolo Guerrero, Rodrigo Caetano lamenta que tenha sido cassada a liminar que o permitia jogar quando foi contratado pelo Inter e que agora – com mais uma tentativa frustrada nesta sexta-feira (23) – haja a necessidade de esperar até abril para vê-lo em campo. Esta foi uma contratação feita diretamente pelo dirigente que conviveu muito, admira e confia no peruano.
- Em fevereiro ele já estará conosco, treinando e convivendo com o grupo até no vestiário. Só esperará para jogar.
Entre outros assuntos na conversa de quase uma hora, Rodrigo Caetano falou de sua origem como jogador no Grêmio, da intenção desde jovem de atuar na área da administração, da lesão que mudou sua carreira, dos diversos clubes em que atuou e da chegada à condição de um dos principais executivos de futebol do Brasil.
Conhecedor profundo do Flamengo, não mostra nenhuma mágoa por sua demissão neste ano. Ao contrário, elogia muito o presidente Eduardo Bandeira de Melo. Perguntado se acha que Renato Portaluppi pode ir para o clube carioca, prefere se limitar a garantir que o Flamengo tem todos os recursos financeiros para fazer uma grande proposta.
- Com o Flamengo, pela recuperação financeira, e o Palmeiras, pelo investimento externo, é difícil de concorrer.
Confira a participação de Rodrigo Caetano no “Cardápio do Zé” com José Alberto Andrade:
Assista ao vídeo: