Como atleta, foi campeão do mundo. De treinador, já fez história ao levar o Brasil-Pel ao vice-campeonato do Gauchão. Como líder, já se fez notar em vestiários em templos religiosos — e por pouco não entrou em campanha eleitoral. O ex-goleiro e hoje treinador Clemer é um personagem riquíssimo e participou da edição de julho do Cardápio do Zé no Gaúcha Sports Bar.
As lembranças mais recentes são as de técnico do Brasil, clube do qual saiu no mês de junho, mas que continua no seu coração. Enquanto conversava com o apresentador José Alberto Andrade, Clemer acompanhava o Xavante ganhar do Boa Esporte, pela Série B, e comemorava o resultado que amenizava a situação delicada do clube da Zona Sul.
— Fizemos história juntos lá. Tenho muito respeito pelo clube e carinho pela torcida que me apoiou muito neste ano em que estive lá — afirmou.
Clemer se afeiçoou à cidade de Pelotas. Embora ligado ao Brasil, confessa estar feliz pela classificação do Pelotas para o Gauchão 2019:
— Não disputei nenhum Bra-Pel, mas vi que a rivalidade é forte numa cidade que gosta muito de futebol. Vai ser uma festa bonita.
Nas lembranças mais antigas, Clemer voltou ao tempo em que foi treinador do time B do Inter e teve a oportunidade de indicar, em 2014, o goleiro Alisson para Abel Braga quando o técnico de equipe principal precisou de um titular — já que Dida e Muriel estavam machucados.
— O Abel me perguntou se eu recomendava o Alisson, mais jovem, ou o Agenor, mais experiente. O Agenor tinha preferido não jogar pelo time B, ficando apenas treinando com o grupo principal. O Álisson nem pestanejou. Abraçou a chance, teve sequência, virou destaque do elenco e eu não tive dúvida em indicá-lo. Quando o Abelão o chamou, não saiu mais do time — contou.
Abel Braga é um dos técnicos que Clemer cita como dos mais importantes de sua carreira. A conquista do título mundial em 2006 pelo Inter é fundamental para esta lembrança do ex-goleiro, especialmente pela capacidade demonstrada pelo comandante em admitir a participação dos jogadores na hora das decisões sobre o time. Outros nomes lembrados são os de Muricy e Tite que tem total aprovação de Clemer para sua continuidade na Seleção Brasileira.
Líder dentro e fora de campo, Clemer conta que sua religiosidade (ele é evangélico) o transformou em pregador e que mudou sua vida. Zelando sempre pela disciplina, garante que admite discutir suas ideias e conceitos, mas que não gosta de interferências na base da imposição. Esta personalidade, junto com a visibilidade e o carisma fizeram com que partidos políticos o procurassem para uma candidatura a deputado nas próximas eleições:
— Eu até pensei nisto e não descarto para o futuro, mas a passagem pelo Brasil de Pelotas me mostrou que o que eu quero agora ainda é o futebol. Por enquanto a bola ainda é o meu caminho.