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Com a bênção de Dunga, Alisson cumpre trajetórias de goleiros do Inter como Manga, Gilmar Rinaldi, Taffarel e André Döring. O atual titular da Seleção Brasileira voltará a campo neste domingo, no Maracanã. Desta vez, defendendo o Inter, enquanto espera a convocação para enfrentar a Argentina, em novembro, no Monumental de Nuñez.
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Alisson é um fenômeno. Em 12 de outubro de 2014, ele assumiu o gol do Inter. Passados 366 dias, ele se tornou o goleiro titular da Seleção Brasileira. Uma ascensão meteórica para quem até pouco tempo era conhecido como o "irmão do Muriel". Nos dois casos, Alisson saiu rapidamente de terceiro goleiro para a primeira opção. De quebra, a transmissão pela TV de Brasil 3x1 Venezuela atraiu os olhares para além do futebol. Durante e após o jogo da Seleção, Alisson ganhou as redes sociais com elogios a seus olhos verdes, barba cerrada e porte físico, se tornando o novo muso da torcida.
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Além da segurança na área, Alisson é um jogador de sorte. Para assumir como titular do Inter de Abel Braga, ele contou com a expulsão de Dida na inusitada goelada para a Chapecoense e com a lesão de Muriel. Sobrou para o segundo reserva jogar a partida posterior à hecatombe, contra o Fluminense, em casa. Alisson vestiu a camisa 22 e fez defesas seguras o suficiente para garantir a vitória colorada por 2 a 1 e conquistar Abel. Virou titular. Com a Seleção se deu situação semelhante. Alisson foi chamado como o terceiro goleiro para as Eliminatórias. Jefferson, do Botafogo, era o titular, e Marcelo Grohe, do Grêmio, o seu reserva imediato. Jefferson não foi bem na derrota para os chilenos, por 2 a 0, em Santiago, enquanto Grohe sofreu uma lesão no ombro em meio aos treinos e foi cortado. Uma vez mais, sobrou para Alisson.
- Ao ser convocado, o jogador deve estar pronto para jogar. Alisson está bem treinado pelo Daniel Pavan e pelo Durgue Vidal (preparador de goleiros e auxiliar do Inter), é um goleiro jovem, tem muita personalidade, grande qualidade técnica e física, além de já estar pronto para qualquer desafio - elogia Cláudio André Taffarel, atual preparador de goleiros da Seleção, além de titular do Inter e do Brasil antes mesmo de Alisson nascer.
Taffarel e Alisson nos treinos para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Horas antes da primeira vitória da Seleção nas Eliminatórias à Copa de 2018, gerou alguma surpresa a escalação de Alisson. É bem verdade que Jefferson já vinha sendo contestado - ainda mais por estar jogando a Série B - e a confirmação da assunção do colorado se confirmou assim que a equipe chegou ao Estádio Castelão, em Fortaleza.
- Alisson não entrou por deméritos do Jefferson. Pelo contrário. Jefferson é um grande goleiro, mas Alisson ganhou a posição porque mostrou nos treinos que está em excelente forma. Ele deu confiança ao Dunga, jogou bem e ainda dará muitas alegrias ao torcedor brasileiro vestindo a camisa da Seleção Brasileira - disse Taffarel.
Alisson tem lá suas superstições. No Inter, aos 22 anos, foi titular vestindo justamente a camisa 22. Na Seleção Brasileira, se apresentou a Dunga três dias depois de completar 23 anos, e passou a usar a camisa 23.
Alisson escolheu o número 23 para usar na Seleção Brasileira Foto: Nelson Almeida/AFP
É raro ver Alisson cometer erros graves. Você certamente não lembra de um frango do goleiro do Inter. Mesmo em um jogo como o Gre-Nal, que já acabou com diversas carreiras em seus mais de cem anos, Alisson passou ileso, mesmo sofrendo nove gols em dois clássicos na Arena (4 a 1, em 2014, e 5 a 0, este ano).
- Alisson está fazendo um grande ano, uma temporada sem erros, o que é difícil na posição - comentou Daniel Pavan, preparador de goleiros do Inter que acompanha o jogador desde os 14 anos.
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Segundo Pavan, o goleiro encontrou a maturidade em meio à dura eliminação na Libertadores, quando defendeu até pênalti de Rafael Sobis no México, mas não pôde impedir a queda da equipe:
- Conversamos após os dois jogos contra o Tigres. Naquele momento, ele atingiu a maioridade, passou de promessa à realidade.
Alisson foi um dos destaques do Inter na campanha da Libertadores, mas não evitou a eliminação Foto: Alfredo Estrela/AFP
Magali Becker, mãe de Alisson, repetiu na terça-feira o ritual que faz desde que os filhos passaram à categoria profissional. De Novo Hamburgo, abençoou o caçula.
- Nos emocionamos. Fiz o que faço sempre com os dois. Na hora em que ele ergue a mão, dou a bênção - lembrou a mãe.
Não chega a ser novidade no Beira-Rio que aquele jogador de uniforme diferente dos demais receba olhares mais carinhosos da torcida feminina. Em meados dos anos 1990, o goleiro argentino Sergio Goycochea com o seu jeitão de amante latino ganhou o coração das coloradas. Alisson, olhos verdes e de 1m93cm de altura do Inter, é dessa linhagem.
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Raul Plassmann foi o primeiro goleiro-muso. Bicampeão da Libertadores com o Cruzeiro e com o Flamengo, e campeão mundial como clube carioca, nos anos 70, Raul chamava a atenção por sua cabeleira e pela camisa amarela. Era uma espécie de beatle para as torcedoras da época.
- Goleiros sempre atraíram mais as atenções das moças. São os caras que se sacrificam pelo time, que jogam sozinhos, que vestem um uniforme diferente, que podem usar as mãos também. O Alisson é bonitão, a mulherada deve estar caindo em cima - diverte-se Raul, hoje com 71 anos.
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Ex-comentarista da Rede Globo, Raul Plassmann entende que Alisson ainda precisará de novos testes com a Seleção, mas elogiou a atuação do goleiro contra a Venezuela:
- Ele é jovem ainda e gostaria de vê-lo em ação contra a Argentina, em Buenos Aires, por exemplo. Mas um grande goleiro nem sempre precisa de grande vivência de Seleção para se afirmar. Alisson é titular do Inter, o que já é uma bela credencial para a Seleção Brasileira.
Goleiro chamou atenção pela beleza na transmissão de Brasil x Venezuela Foto: Mowa Press/Divulgação
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Uma espécie de "onda Alisson" tomou conta do Brasil na noite de terça-feira. O blogueiro Hugo Gloss - o nome da personagem criada pelo brasiliense Bruno Rocha -, que é sensação nas redes sociais ao comentar sobre a vida das celebridades e de jogadores famosos -, é um desses novos fãs. Com mais de 8,4 milhões seguidores em suas contas de Twitter, Instagram e Facebook, Alisson mereceu a atenção de Gloss ao publicar uma foto quando embarcava para se apresentar à Seleção. O blogueiro postou a foto do goleiro em sua conta no Instagram e, quase de imediato, recebeu 3 mil comentários e 70 mil curtidas.
- Já havia feito um post sobre ele, ao assistir um jogo do Inter na TV. Depois, comecei a segui-lo no Instagram. Sei tudo sobre ele: que casou, vi o vestido que a noiva usou e vi que ele estava na Seleção. Foi aí que postei essa foto dele. Porque com aquela beleza toda, merece, né? - conta Hugo Gloss. - Tem tanto muso internacional que o público brasileiro consome e, quando a gente vê um brasileiro, precisa valorizar - completa.
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