Na Copa do Mundo deste ano, a Fifa inaugurou o uso da tecnologia de vídeo para auxílio dos árbitros, o chamado VAR — Video Assistant Referee. Implantou uma sala de controle com vários juízes, que podem chamar o árbitro principal pelo ponto eletrônico, caso alguma irregularidade ocorra e os homens do apito em campo não percebam.
Mesmo com toda essa equipe e pesada estrutura funcionando, não foram poucas as polêmicas desde então. Ainda continuam ocorrendo as jogadas sujeitas à interpretação humana — e um consequente clima de suspense sobre uma possível chamada a partir do gesto característico para ir verificar no monitor, até que seja tomada a decisão.
Os números apresentados pela Fifa na Copa foram algo como 99% de acertos, aparentemente desconsiderando todas as dúvidas geradas por inúmeros lances. Apesar da antiga demanda pela utilização da tecnologia no futebol, sua implantação vem sendo muito lenta, não acompanhando o ritmo de outros esportes.
Na realidade estamos vendo um número cada vez maior de reclamações por parte dos jogadores, consequentemente confundindo os torcedores. Nós brasileiros somos todos técnicos de futebol e temos opiniões sobre cada lance, mas é preciso respeitar a autoridade do árbitro. No entanto, as decisões parecem cada vez mais absurdas, seja pela malandragem dos jogadores, seja pelo despreparo do árbitro ou agora pela indecisão entre tantos juízes, que mesmo com o auxílio do vídeo, perdem muito tempo no processo.
Por isso, sugiro duas questões básicas para que o funcionamento do VAR avance de forma mais efetiva e certeira: primeiro, é preciso discutir a questão de custo (muito alta hoje), pois esta tecnologia precisa ser implementada em todas as divisões profissionais, mais cedo ou mais tarde. Segundo, é fundamental velocidade e clareza da decisão. Tudo tem de ser feito de forma que não deixe o torcedor aborrecido com demora do processo. A objetividade é a grande aliada da nova tecnologia.
Como se vê, o VAR chegou para ficar, mas é preciso aprimoramento para que todos encarem a nova ideia com bons olhos a cada rodada, seja nos gramados brasileiros e ou qualquer outro mundo afora.