Esportes

De Fora da Área

Cristiel Gasparetto: Messi ou Maradona?

Editor do Diário Gaúcho compara os astros argentinos

Cristiel Gasparetto

Enviar email
DANIEL GARCIA / AFP
Maradona levou a Argentina ao seu título mundial mais recente

No dia em que Brasil e Argentina se enfrentaram em um amistoso na Arábia Saudita, resolvi escrever sobre uma polêmica que envolve o mundo do futebol. Quem é melhor, Messi ou Maradona?

Os números de Lionel Messi, 31 anos, são impressionantes. Pelo Barcelona e pela seleção, marcou mais de 600 gols, conquistou quatro vezes a Liga dos Campeões da Europa, oito vezes o Campeonato Espanhol e é tricampeão do Mundial de Clubes. Também foi eleito, em cinco oportunidades, o melhor jogador do planeta. Por muitos, é considerado um extraterrestre, tamanha a diferença de qualidade em relação aos demais. Para os torcedores do Barça, é quase um Deus.

As estatísticas de Diego Armando Maradona são menos espetaculares. El Pibe de Ouro, como era chamado pelos argentinos na época de jogador, não chegou a 500 gols. Também levantou menos taças do que Messi. Então, você poderia dizer que a polêmica está encerrada. O atual camisa 10 é melhor do que o antigo camisa 10. No entanto, para mim, e para a maioria dos argentinos, a resposta é não. A nossa preferência recai sobre o baixinho que brilhou com mais intensidade na década de 1980. 

Os motivos tento explicar a seguir. O primeiro, e fundamental para os nossos hermanos, refere-se à participação de ambos em Copas. Enquanto Messi luta e não consegue levar a Argentina ao título, Maradona conduziu a seleção de seu país a duas finais e, fundamentalmente, ao título do Mundial de 1986. Nesse torneio, teve atuações memoráveis, como contra a Inglaterra, quando fez um gol após atravessar o campo a dribles e outro desviando a bola com a mão (a famosa "La Mano de Dios"). Na seleção argentina, Messi combina com desânimo e decepção. Já Maradona é lembrado como um vencedor, um guerreiro pronto para defender as Malvinas.

Mas a minha admiração pelo Pibe talvez seja influenciada pelo encantamento que o esporte desperta nas crianças. Lembro de, na infância e adolescência, assistir aos jogos do Campeonato Italiano nos domingos pela manhã. E nessa competição ninguém brilhava mais do que Maradona e seu Napoli, que tinha também os brasileiros Alemão e Careca. Acompanhar o argentino e sua canhota mágica era contemplar um gênio. Como disse o ex-centroavante Batistuta em entrevista meses atrás, "Messi até pode ser melhor tecnicamente, mas jamais será maior do que Maradona.

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Gaúcha Hoje

05:00 - 08:00