A jogadora Marta foi nomeada embaixadora da boa vontade pela ONU para mulheres e meninas no esporte. A agência das Nações Unidas informou na quinta-feira (dia 13) que a brasileira usará sua fama para promover a igualdade de gênero e combater os estereótipos, especialmente no esporte. A nomeação da jogadora acontece em meio ao fervor mundial pelo futebol, com a final da Copa do Mundo disputada no domingo entre França e Croácia.
Marta é a maior artilheira da Copa do Mundo Feminina da Fifa e teve participação de destaque nas equipes do Brasil que conquistaram medalhas de prata nas Olimpíadas de 2004 e de 2008. No anúncio, a agência das Nações Unidas afirmou que o esporte pode ser uma maneira importante, e muitas vezes inexplorada, para capacitar meninas e mulheres.
A ONU, porém, ressaltou que as mulheres são sub-representadas e mal pagas em comparação com os homens nos esportes. A agência das Nações Unidas citou uma pesquisa de salários de 2017 da Sporting Intelligence, fonte de notícias e dados on-line, mostrando que as atletas femininas de alto nível recebem em média 1% do que os homens ganham. O pagamento total para a última Copa do Mundo Feminina de Futebol, por exemplo, foi de 15 milhões de dólares, comparado a 576 milhões de dólares para a última Copa do Mundo de Futebol Masculino.
Agora com 32 anos, Marta joga no The Orlando Pride na Liga Nacional Feminina de Futebol dos Estados Unidos e também atua como atacante da seleção brasileira. A jogadora, famosa por sua capacidade de drible, terminou a Copa do Mundo Feminina da FIFA de 2007 como a vencedora da Bola de Ouro e da Bota de Ouro por marcar sete gols. Marta também se tornou a maior goleadora de todos os tempos do torneio.
— Eu sei, pela minha experiência de vida, que o esporte é uma ferramenta fantástica para o empoderamento — disse a alagoana Marta em um comunicado. —Em todo o mundo, hoje, as mulheres estão demonstrando que podem ter sucesso em papéis e posições anteriormente mantidas para os homens. A participação das mulheres no esporte e na atividade física não é exceção —completou.
A ONU Mulheres já tem como embaixadoras no Brasil as atrizes Camila Pitanga, Juliana Paes e Taís Araújo, além da escritora e roteirista Kenia Maria. Pitanga, a primeira personalidade sul-americana a se tornar porta-voz pública da agência, escreveu uma mensagem para Marta em seu Instagram, afirmando que a ONU Mulheres ficou ainda mais forte com a chegada da jogadora.
— Essa grande mulher, que já é uma inspiração por si só, agora luta junto com a gente por condições iguais e empoderamento feminino. Marta é uma voz fortíssima para 'desafiar' as normas socioculturais e mostrar para mulheres e meninas do mundo inteiro que não existem restrições para nós no esporte ou em quaisquer funções que uma mulher/menina possa e queira desempenhar — escreveu Pitanga.