Os presidentes da dupla Gre-Nal, Romildo Bolzan e Marcelo Medeiros, deram mais um passo para que a lei que proíbe bebidas alcoólicas nos estádios seja revista. Acompanhados pelo presidente do Sindiclubes César Cabral, os dois dirigentes estiveram reunidos na Assembleia Legislativa, onde foram recebidos pelo deputado Marlon Santos, e propuseram a retomada da discussão relativa ao comércio de cerveja no interior das praças esportivas do estado. Em maio, os clubes assinaram um documento que pediam a revisão da lei.
– Toda legislação reflete um momento de discussão, de comportamento e um hábito cultura. Se em algum momento se justificaria a interdição absoluta da bebida nos estádios, hoje se verifica que ela está presente especialmente no entorno, não se tendo atingido a inibição aos atos de violência e vandalismo. Podemos (com a liberação) criar um ambiente de convivência, de maior permanência no interior do estádio, de chegada antecipada...Isso também é importante no sentido do fluxo de público, havendo regramento na utilização da bebida e disciplina no consumo – ressaltou Bolzan.
Medeiros manteve a mesma linha do presidente gremista e reforçou a importância da receita para clubes menores:
– É adequado o momento em que o Sindiclubes traz essa proposição à Assembleia. O assunto, na nossa maneira de ver, tem mais prós do que contras. Várias unidades da federação já liberaram a bebida, e para os clubes de menor porte essa receita é importante. Hoje o consumo existe e é feito no entorno, em ambientes públicos. Se fizermos uma revisão no assunto, permitindo que a bebida seja consumida nos bares dos estádios, podemos ter um acesso contínuo e não nos últimos minutos antes das partidas, o que causa algumas confusões. Precisamos tratar a pauta com a profundidade que merece – afirmou o presidente colorado.
Após a reunião, o deputado Santos mostrou-se favorável a uma revisão na lei que proíbe a bebida alcoólicas no futebol gaúcho desde 2008.
– Tínhamos de nos convencer da inaplicabilidade da lei existente. É possível admitir que a regra atual não possui condições de ser executada; essa ficha tem de cair. A renda hoje é esparramada e não está se voltando aos clubes, principalmente os do Interior. Então é muito melhor uma regra mais branda, mas uma regra, do que uma que joga pesado e não pode ser cumprida. A de hoje reproduz o modelo da Lei Seca no país, que é praticamente uma falácia – completou Santos.