Correção: das 13h4min até 15h54min, uma declaração do técnico Antônio Carlos de Oliveira Pereira, o Kiko, foi atribuída equivocadamente ao judoca Rafael Macedo. O texto já foi corrigido.
O judoca Rafael Macedo, 23 anos, conquistou a única medalha de ouro do Brasil no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia. Neste domingo (1º), o atleta da Sogipa venceu o georgiano Giorgi Papunashvili na final e subiu no topo do pódio da categoria médio (até 90kg).
Foi a segunda medalha da Sogipa na competição. Na sexta-feira, o gaúcho Daniel Cargnin, 20 anos, garantiu a prata na categoria meio-leve (até 66kg), seu primeiro pódio em etapas de Grand Prix e seu melhor resultado até agora no circuito sênior adulto da Federação Internacional de Judô (IJF). No total, a equipe brasileira conquistou três medalhas em Tbilisi – na sexta-feira (30), a campeã olímpica Sarah Menezes foi bronze no peso ligeiro feminino.
À espera do exame antidoping, o campeão mundial júnior de 2014 conversou rapidamente com a reportagem de ZH por telefone. O judoca paulista comemorou sua principal conquista no circuito da IJF – já havia sido prata no Grand Prix de Zagreb (Croácia), em 2017.
– Consegui fazer uma ótima competição (das quatro lutas, venceu duas por ippon e outras duas por wara-ari). Na decisão do ouro, estava cansado, mas mantive a confiança até a final, mesmo com a pressão da torcida – disse Macedo, que nesta semana viajará até a Turquia para a disputa do Gran Prix de Antalya, de 6 a 8 de abril.
Na condição de cabeça de chave, Macedo estreou diretamente na segunda rodada. Em sua primeira luta, venceu o iraniano Vahid Nouri por waza-ari. Na sequência, o judoca da Sogipa superou o francês Ibrahim Keita por ippon com dois minutos e 41 segundos de combate e avançou às semifinais. O adversário foi o grego Theodoros Tselidis, que também não teve chances com o brasileiro. Com três minutos e 17 segundos, Macedo encerrou a luta outra vez por ippon.
Na decisão de ouro, outra vez um representante da casa estava no caminho de um judoca da Sogipa – dois dias antes, Daniel Cargnin havia sido derrotado na final pelo georgiano Vazha Margvelashvili, bronze no último Mundial, em Budapeste (Hungria), em 2017. Incentivado pela torcida, Papunashvili tentou tomar a iniciativa do combate e até forçou uma punição ao brasileiro, que ameaçava nos contra-ataques.
A dois segundos para o fim da luta, Macedo projetou o georgiano, que caiu de lado no tatame. O juiz marcou um waza-ari, mas a arbitragem de vídeo retirou a pontuação, para frustração do judoca da Sogipa, que discordou da decisão.
A luta foi então para o golden score. No tempo extra, em que vence a luta o judoca que conseguir a primeira pontuação, Macedo foi mais agressivo. Com um minuto e 32 segundos de luta no golden score (e cinco minutos e 32 segundos no total), Papunashvili tentou definir a luta, mas o brasileiro conseguiu reverter o golpe e derrubou o adversário, conseguindo um waza-ari.
Com o ouro no Grand Prix, o atual 33º do mundo do peso médio masculino ganhará 700 pontos e deverá dar um salto no ranking mundial – provavelmente, entrará no top 20 da lista da IJF. Assim, o judoca fica mais perto de uma vaga no Mundial de Baku (Azerbaijão), que será disputado em setembro deste ano.
Técnico convidado pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Antônio Carlos de Oliveira Pereira, o Kiko, estava exultante. Na mesma semana em que recebeu o prêmio de melhor treinador de modalidades individuais do país, o técnico da Sogipa acompanhou de perto o desempenho de seus dois novos talentos dos tatames. No final da luta de Macedo, abraçou o pupilo ainda no dojô de Tbilisi.
– Não é fácil vencer na casa deles. O judô é o esporte número 1 da Geórgia. Eles têm muita tradição. No masculino, só o Macedo e outro estrangeiro (o israelense Peter Paltchik nos meio-pesados) conquistaram o ouro (de um total de sete categorias). A torcida incentivou muito seus lutadores, parecia uma La Bombonera (estádio do Boca Juniors) – disse Kiko.