Um dos termos que o fã de NFL mais ouve entre o Super Bowl e a abertura do mercado, em março, é "franchise tag". A etiqueta de franquia, em tradução literal, é um mecanismo que estende o contrato de um jogador prestes a se tornar agente livre de maneira pré-determinada.
A franchise tag é um contrato provisório de um ano. O salário é a média dos cinco jogadores mais bem pagos da posição nas cinco temporadas anteriores ou 120% do salário no ano anterior - o que for maior. O atleta ainda tem a opção de negociar com outros times no mercado. Se receber uma proposta, o time original pode igualar a oferta ou aceitar a saída do jogador e receber, como compensação, duas escolhas de primeira rodada.
Há duas variações deste mecanismo. A "transition tag" é uma opção mais barata - o jogador recebe a média dos 10 jogadores mais bem pagos da posição. No entanto, ele tem apenas o direito de igualar uma oferta pelo atleta. Se não quiser igualá-la, o time simplesmente perde o jogador sem qualquer forma de compensação.
A outra variação é a "exclusive franchise tag". Neste caso, o jogador não tem a opção de receber uma proposta de outro time. Ele é obrigado a assinar com o time original ou ficar um ano sem jogar na NFL. O valor do salário inclui também os contratos já assinados na atual temporada para calcular os cinco maiores salários da posição.
Cada time pode aplicar apenas uma franchise tag ou transition tag por ano. O mesmo jogador só pode ser "tagueado" três vezes seguidas - na terceira vez, o valor passa de 120% para 140% do salário anterior. Em 2018, os times podem aplicar a franchise tag de 20 de fevereiro a 6 de março - o mercado se abre oficialmente em 14 de março.
Valores projetados para franchise tag em 2018
Quarterbacks US$ 23,555 milhões
Defensive ends US$ 17,414 milhões
Wide receivers US$ 16,235 milhões
Cornerbacks US$ 15,212 milhões
Linebackers US$ 15,197 milhões
Linha ofensiva US$ 14,299 milhões
Defensive tackle US$ 14,159 milhões
Running backs US$ 12,054 milhões
Safeties US$ 11,465 milhões
Tight ends US$ 10,001 milhões
Kickers/punters US$ 5,017 milhões
Candidatos
Le'Veon Bell (Pittsburgh Steelers)
O Steelers já usou a franchise tag em Bell na temporada 2017. Por isso, o valor de uma nova aplicação seria 120% do contrato anterior. O running back custaria ao time US$ 14,544 milhões em 2018. O problema, neste caso, é que Bell ameaça inclusive não atuar na temporada para forçar a assinatura de um contrato longo.
Demarcus Lawrence (Dallas Cowboys)
O defensive end fez a melhor temporada da carreira em 2017. Por isso, o seu valor de mercado está inflacionado. O Cowboys pode usar a franchise tag como uma forma de testar, em 2018, o real valor do defensor. O problema é o custo: US$ 17,414 milhões.
Jarvis Landry (Miami Dolphins)
Landry pode se tornar um dos recebedores mais bem pagos da NFL em breve. Como o Miami Dolphins tem o claro desejo de manter o jogador, a franchise tag pode ser usada apenas como um mecanismo para estender as negociações — uma extensão de longo prazo pode ser acertada até junho.
Malcolm Butler (New England Patriots)
Butler ficou no Patriots em 2017 depois de assinar uma proposta como agente livre restrito. Agora, será agente livre irrestrito. A confusão no Super Bowl pode reduzir o seu valor para a franquia, mas a ideia de mantê-lo só parece possível com uma franchise tag. No entanto, o custo de US$ 15,212 milhões pode dificultar a decisão.
Sheldon Richardson (Seattle Seahawks)
O Seahawks adquiriu Richardson do Jets em setembro por Jermaine Kearse e uma escolha de segunda rodada. Com um investimento deste tipo, fica indicada a intenção de manter o jogador a longo prazo. Se não chegar a um acordo, o Seahawks pode usar a franchise tag e gerar um debate: Richardson vai ser considerado um defensive end e receber US$ 17,414 milhões ou um defensive tackle, assinando por US$ 14,159 milhões? Em Seattle, ele atuou mais no interior da linha defensiva.
Ezekiel Ansah (Detroit Lions)
Ansah é visto como um dos melhores pass rushers disponíveis no mercado — isso, é claro, se o Lions permitir isso. Caso não consiga renovar com o defensor a longo prazo, o espaço confortável de US$ 44 milhões no teto salarial permite ao time investir US$ 17,414 milhões no jogador para um vínculo provisório.
Dontari Poe (Atlanta Falcons)
Em 2017, a expectativa é que o Kansas City Chiefs usasse a franchise tag em Poe, mas o time optou por deixar o defensor sair por conta de problemas no teto salarial. Agora, o problema é do Falcons. A equipe até pode tentar alguma composição para manter o atleta, mas o espaço no teto de apenas US$ 11 milhões limita as ações.
Kirk Cousins (Washington Redskins)
Cousins não será o quarterback do Redskins em 2018 — o cargo é de Alex Smith, que foi adquirido pelo time em uma troca com o Chiefs. Mas isso não impede que o Redskins aplique a tag em Cousins para tentar trocá-lo. Isso até pode gerar um problema junto à associação dos jogadores e é um lance arriscado. O Redskins precisaria gastar quase US$ 34,5 milhões (140% do salário anterior) do seu teto salarial até trocar o jogador — e os outros times podem explorar isso para conseguir um valor menor na troca. O mais seguro é deixar o camisa 8 buscar outro empregador e receber uma escolha compensatória de terceira rodada no draft de 2019.