Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público na manhã desta segunda-feira (11) no Rio de Janeiro mira um esquema de repasse de ingressos de jogos de futebol para torcidas organizadas. Os alvos são dirigentes do Fluminense, do Vasco, líderes de torcidas organizadas e funcionários da empresa responsável pelos ingressos dos jogos. Entre os presos estão o assessor de imprensa da presidência do Fluminense, Artur Mahmoud, o presidente da torcida organizada Raça Fla, Alesson Galbão de Souza e os funcionários da Imply, empresa de Santa Cruz do Sul que confecciona os ingressos, Leandro Schilling e Monique Patrício dos Santos Gomes. As informações são do jornal O Globo.
Ao todo, nove mandados de prisão devem ser cumpridos. Esta é a segunda fase da operação deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil. A investigação teve início há sete meses e contou com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Um dos clubes, segundo a investigação, teria repassado ingressos até mesmo para torcidas proibidas de frequentar os estádios após envolvimento em brigas.
Três integrantes de torcidas organizadas do Fluminense foram presos na semana passada por suspeita de receber ingressos da diretoria do clube e revender para cambistas.
— Existem regras estabelecidas pelo Ministério Público e pelo Estatuto do Torcedor. A partir do momento em que um clube de futebol, que tem como objetivo impedir atos de violência, simplesmente não liga para isso e continua fornecendo ingressos para torcidas banidas, ele está sim fomentando a briga no futebol, os atos de violência. Assim, a gente nunca vai conseguir ter paz — afirmou a delegada Daniela Terra, da DRCI. Os clubes ainda não se manifestaram sobre o caso.
A Imply informou que Schilling é o coordenador responsável pelo atendimento da empresa ao Flamengo, no Rio de Janeiro. Sobre Monique, informou que é funcionária terceirizada, sem especificar cargo. A empresa emitiu uma nota sobre o caso:
“A Imply afirma que todos os ingressos dos jogos do Clube de Regatas do Flamengo são entregues direta e exclusivamente ao clube e registrados em protocolo. A empresa não compactua e não tolera qualquer ato que comprometa os valores éticos estritamente seguidos desde a sua fundação, há 15 anos.”