Fora de campo, Abel Braga deu uma demonstração de muita força em um dos momentos mais dolorosos de sua vida. Após perder o filho João Pedro, de 19 anos, o treinador voltou a trabalhar dias depois e foi abraçado pelo clube, colegas e torcedores de todo Brasil. Por isso, foi eleito a personalidade carioca do ano será homenageado nesta sexta-feira, na Câmara Municipal
Na manhã desta quinta, em coletiva no CT Pedro Antonio, o treinador do Fluminense abriu o coração e revelou que trabalhar no futebol dá forças para seguir em frente.
_ Procurando superar. Tem que trabalhar todo dia em cima disso. A perda, a saudade, saber que não vê-lo mais, vai mexer comigo o resto da minha vida. É duro, mas um filho... Não queira passar por isso. É complicado. Isso aqui me ajuda muito. Já tinha esse sentimento, hoje é muito maior.
Desde que o triste episódio, o rendimento do Fluminense em campo caiu. No último jogo, o técnico disse que não seguiu suas convicções e errou na escolha da estratégia. Mas garantiu que nada tem a ver com o que passou.
_ Se um dia eu sentir que isso tudo está influenciando, eu fico em casa. Ano passado eu não trabalhei. Depois do jogo contra o Palmeiras, raras vezes ou quase nenhuma, eu não segui minha consciência. Domingo eu não segui, perdi e assumi a responsabilidade. E não tem nada a ver com o que eu passei - disse Abelão, que revelou em seguida.
_ Quando ganho, ofereço a ele. Converso com ele todo dia e isso me conforta.
ALEXANDRE TORRES TAMBÉM RECEBE HOMENAGEM
O gerente de futebol do Fluminense, Alexandre Torres, também receberá homenagem nesta sexta. Neste caso, em memória do pai Carlos Alberto Torres, ídolo tricolor e capitão da Seleção Brasileira na conquista do tri na Copa de 1970. O "Capita" morreu em outubro do ano passado e fez parte da história do futebol carioca, com passagens marcantes por Fluminense, Flamengo e Botafogo.