Para Emmanuel Adebayor, estrela de Togo e um dos grandes nomes do futebol africano, estar sem clube há seis meses não importa:
– Todo o país me espera – disse o atacante de 32 anos, que teva passagens por clubes como Tottenham, Arsenal, Manchester City e Real Madrid.
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Até o momento, Togo surpreendeu na estreia, contra Costa do Marfim, e empatou em 0 a 0 com a atual campeã da Copa Africana de Nações. A próxima partida da seleção será contra Marrocos, às 17h (de Brasília) desta sexta-feira. Leia entrevista do jogador à agência de notícias AFP.
Você jogou até os 44 minutos do segundo tempo, contra a Costa do Marfim. Você se sente capaz de aguentar tanto tempo depois de tantos meses sem competir?
Claro que sim, por tudo que fiz nos últimos meses em meu país, com o treinador e o preparador físico. É verdade que, feliz ou infelizmente, não estava na televisão e as pessoas não me viam. Sinceramente, fiz uma grande preparação. Era muito difícil, fazia exercícios curtos, de área a área, de finalização, de aceleração. Mas é assim, eu sabia que tinha uma competição pela frente e me preparei para isso. Vocês viram contra Costa do Marfim, eu joguei mais ou menos bem.
Com esse bom resultado, acredita que Togo, que quase não se classificou para a CAN-2017, pode ser levado a sério?
A imagem do Togo mudou. Meu objetivo não é que falem de mim, mas que falem da seleção também. A preparação foi ótima, quero agradecer ao governo, que fez um esforço. Dessa vez não tivemos problemas de equipamentos. Tudo se resolveu a tempo e temos apenas um objetivo, que é jogar bem. Todos estão apoiando e agora é hora de jogar
Você é o último gigante da geração africana de 2000-2010 (Samuel Eto'o, Yayá Touré, Didier Drogba...) que continua em sua seleção. Os jogadores jovens dizem que te admiram. Por quê?
Sempre é legal que alguém te admire, é incrível! Lembro da minha primeira CAN, em 2002, eu via Rigobert Song, Patrick M'boma... Para mim eram deuses. Agora tem jovens que olham pra mim desse jeito, então só posso estar feliz. Tenho que mostrar no campo que continuo sendo Adebayor, que ama jogar futebol. Ser um dos jogadores experientes da CAN é algo que mexe comigo. Eu me sinto bem. Não vou dizer que sou um ícone, mas sou um líder. Tenho que mostrar pra minha seleção que podem confiar em mim.
Você está sem clube há seis meses. Brilhar na CAN, em pleno mercado de janeiro da Europa, seria um bom momento?
Não estou aqui para provar nada a ninguém. Estou aqui para jogar, aproveitar e defender as cores do meu país. Depois, o que acontecer...
Seu celular deve queimar nessas horas...
Nesses momentos meu telefone está desligado (risos). Estou concentrado na CAN, veremos o que acontece depois, com tranquilidade.
*AFP