Antes da partida contra o Junior Barranquilla um dos fundadores da Chapecoense, Altair Zanella, esteve no gramado da Arena Condá, em Chapecó, para fazer uma foto com Carlos Miguel Garcia, o indiozinho mascote do clube.
Ele não se continha de alegria pelo clube estar fazendo uma campanha maravilhosa na Sul-Americana. Hoje, ao caminhar pelo mesmo gramado, ele não se continha de dor.
– A gente perdeu até a vontade de viver – disse Zanella.
Para o fundador, a Chapecoense é como se fosse um filho. Um filho que cresceu, amadureceu e estava dando muito orgulho para todos.
– Meu coração está ferido – afirmou Zanella, que não consegue dormir. Ele gostava muito de todos. Disse que os jogadores eram comprometidos com o time.
No ano passado chegou a viajar de ônibus para Buenos Aires, para assistir River Plate 3 x 1 Chapecoense. A viagem foi sofrida para alguém de 75 anos. Foram 26 horas de viagem para ir e mais 26 para voltar, sem ar condicionado e sem tomar banho.
Por isso desta vez não quis ir para a Colômbia. Zanella disse que o clube não pode parar. Mas tem certa angústia com o futuro.
– Será que vai ser como era antes? – questionou.
Mas ele espera que a união da comunidade ajude a levantar o clube, como foi há mais de 40 anos.