Todos os anos, na véspera do feriado em homenagem aos soldados norte-americanos mortos em guerras (o chamado "Memorial Day"), automóveis, caminhonetes, motocicletas e ônibus de toda parte dos Estados Unidos convergem para uma espiral cercada de arquibancadas, garagens e campos abertos no coração de Indianapolis.
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Perto da meia-noite, a fila de carros em busca de estacionamento contabiliza mais de 15 quilômetros de extensão. Enquanto isso, boa parte das pessoas que chegaram com antecedência passeia pelos arredores. Uma trepidante animação no estilo festa rave enche o ar. Vendedores de alimentos, bebidas e memorabilia preenchem todos os espaços possíveis. Ritmos musicais distintos – de Beyoncé a Queen, passando por baladas de Pat Boone e Elvis Presley – ecoam por alto-falantes, sem parar. E, por incrível que pareça, ninguém reclama. Pelo menos nessa noite. Afinal, essa ruidosa multidão é a vanguarda do grande espetáculo da velocidade conhecido como 500 Milhas de Indianapolis (ou Indy 500).
Poucos contestam a afirmação de que esta corrida é um dos grandes acontecimentos esportivos do mundo. A maior em termos de público (média de 350 mil pessoas), mais rica no quesito prêmios (em 2015, o vencedor Juan Pablo Montoya fez jus a US$ 2,4 milhões dos mais de US$ 5 milhões distribuídos entre os 33 pilotos) e mais longeva (é disputada desde 1911). Não, você não leu errado: a corrida é realmente disputada desde o início do século passado.
Das cenas de filmes como To Please a Lady ou Winning, a Indy 500 representa uma epopeia automobilística sem igual.
– Não é uma simples corrida, mas sim, um enorme desafio de 200 voltas – ressaltou Hélio Castroneves, vencedor em 2001, 2002 e 2009.
– Vencer esta prova equivale a vencer um título mundial – ressaltou Emerson Fittipaldi que, a exemplo do que havia feito na Fórmula-1, foi, viu e venceu.
Quanto à edição 2016, não será exagero projetar que a corrida do próximo domingo certamente será, no mínimo, fantástica. Mais uma página para a história da consagrada Centennial Race.
*ZHESPORTES