Um grupo de procuradores da República ingressou com ação na justiça pedindo que a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL) sejam responsáveis pelo custeio de estruturas temporárias exigidas nos estádios onde haverá partidas da Copa do Mundo. O custo destas estruturas no estádio Beira-Rio, que inclui geradores, cercas, estrutura de tecnologia de informação e máquinas de raio-x, é estimado em R$ 30 milhões. A ação do Ministério Público Federal em Brasília tem 26 réus, entre eles a Fifa, a União, o COL, Estados e municípios-sede dos jogos.
O Procurador da República, Paulo Galvão, justifica que estes itens são uma exigência da federação internacional e além de não ter interesse público, não deixarão legado algum à população brasileira, pois serão desmobilizados após a Copa. Segundo ele, por estes motivos é inconstitucional que o poder público arque com as despesas. No caso do estádio do Inter, em Porto Alegre, um dos poucos privados, se houve acordo entre a Fifae o clube, é este que deve ser respeitado. Galvão reforça que mesmo com um acordo informal, segue valendo a instrução de inconstitucionalidade da participação do governo nos gastos.
A ação tramita na 8ª Vara Federal de Brasília e está em fase de citação dos réus. O procurador espera que saia alguma decisão liminar até abril, quando as estruturas começam a ser montadas, mas considera que a discussão ultrapasse o período do evento. O MPF estima que se julgada favorável, a medida pode gerar quase R$1,2 bilhão de economia ao País.
O presidente do Inter, Giovanni Luigi, considera o acordo informal com a prefeitura e o governo do RS e diz que a negociação é complexa e se o problema não for resolvido, existe o risco de o Estado perder a Copa do Mundo.
Ouça a entrevista do Procurador da República, Paulo Galvão