O Santos sofreu mais do que precisava, mas está classificado para as quartas de final da Libertadores. A equipe, que venceu a partida de ida das oitavas de final contra a LDU, em Quito, por 2 a 1, jogou mal, relaxou demais no segundo tempo e perdeu para os equatorianos por 1 a 0, nesta terça-feira (1º), na Vila Belmiro. A equipe brasileira se classificou por ter feito dois gols fora de casa, avançando pelos critérios de desempate da competição sul-americana.
Com o resultado, o Santos perdeu a invencibilidade no torneio, e entra em estado de atenção para os próximos jogos na temporada. Agora, o time do técnico Cuca, que não ficou no banco de reservas por causa do protocolo sanitário da Conmebol em relação ao novo coronavírus (o time foi comandado por seu irmão, o auxiliar Cuquinha), aguarda o vencedor do confronto entre Grêmio e o paraguaio Guaraní, que jogam na quinta-feira (3) em Porto Alegre. No jogo de ida o Tricolor venceu por 2 a 0.
O jogo teve até mesmo "clima" de Libertadores. Logo no início da partida, torcedores organizados do clube soltaram sinalizadores navais na região da Vila Belmiro. Como eles demoram mais tempo na queda, o jogo já havia começado quando alguns foguetes caíram no gramado, fazendo o árbitro argentino Nestor Pitana paralisar o jogo.
Mesmo com a vantagem construída no Equador, o Santos até começou a partida buscando o gol. No primeiro minuto, quase abriu o placar em um chute forte de Felipe Jonatan, que passou por cima do gol. Aos seis minutos foi a vez de Kaio Jorge assustar o goleiro Gabbarini em cabeceio perigoso. O arqueiro ainda precisou trabalhar em chute de fora da área de Diego Pituca e depois em uma finalização de dentro da área de Kaio Jorge.
Do outro lado, a LDU esperou o ímpeto do Santos diminuir para tentar abrir um pouco o seu jogo. Aos 25, a melhor chance dos visitantes no primeiro tempo caiu nos pés de Martínez Borja, artilheiro da equipe do Equador na competição. Lucas Veríssimo errou ao tentar afastar a bola dentro da área e Borja, sozinho e livre dentro da área, mandou a bola por cima do gol de John Victor.
O jovem goleiro ainda defendeu batida de Alcívar antes de ver o Santos mandar a bola na trave aos 29 — Soteldo cobrou falta da esquerda na área e Lucas Braga cabeceou firme, mas a bola explodiu no travessão.
Na segunda etapa, o Santos voltou sem mudanças. Mais uma vez, o time partiu para cima da LDU e levou muito perigo em chutes de Alison, aos sete minutos, e principalmente com Marinho, aos dez — ele recebeu na direita, entrou na área e bateu rasteiro com o pé direito, mas a bola passou rente à trave direita.
Mas a vantagem construída no primeiro jogo e o passar do tempo na segunda etapa na Vila Belmiro fizeram o Santos relaxar em campo. E isso custou caro. Aos 19 minutos, Zunino aproveitou a sobra dentro da área após a bola explodir na trave e abriu o placar na Vila. No lance, o bandeira assinalou o impedimento, mas na revisão do VAR, o gol foi validado.
O Santos só chegava com perigo quando a bola sobrava para Marinho. Aos 29, ele bateu com perigo falta sofrida por ele mesmo, mas mandou a bola para fora. Para piorar, a LDU chegava com perigo. Aos 33, o time equatoriano perdeu um gol incrível — Zunino aproveitou a sobra dentro da pequena área, quase debaixo da trave, mas fez o mais difícil e chutou por cima.
Depois, o Santos se trancou na defesa. Cuquinha tirou atacantes e começou a rechear a equipe de marcadores. Para a LDU, sobraram as jogadas de bola parada, mas com a defesa reforçada, o time não passou mais sustos. Antes do fim do jogo, que representou um alívio para o torcedor santista, os atletas ainda protagonizaram uma enorme confusão.