Paralisada desde março, a Libertadores ainda não tem data para seu retorno. Com a curva de contágio do coronavírus em alta na América do Sul, surgiu até mesmo a possibilidade de que o restante do torneio seja disputado em um único lugar: no Uruguai.
Isso não quer dizer que as federações ligadas à Conmebol não estejam discutindo a volta de suas competições nacionais. GaúchaZH fez um levantamento sobre como cada um dos 10 países têm lidado com a covid-19. Confira:
Argentina
Com mais de 83 mil casos confirmados e 1,6 mil óbitos causados pela doença, os argentinos viveram seu recorde de mortes na última segunda-feira (6), quando 75 pessoas perderam a vida. O período de quarentena, implantado pelo presidente Alberto Fernández, estende-se até 17 de julho. Depois disso, a intenção da Associação de Futebol Argentino (AFA) é se reunir com as autoridades governamentais para discutir o retorno do campeonato nacional. A projeção inicial é de que as equipes sejam liberadas para voltar aos treinamentos entre 5 e 10 de agosto.
Ao todo, cinco clubes disputam a Libertadores: Tigre (Grupo B), River Plate (Grupo D), Racing (Grupo F), Defensa y Justicia (Grupo G) e Boca Juniors (Grupo H). Outras cinco estão aguardando o sorteio da segunda fase da Copa Sul-Americana: Atlético Tucumán, Unión Santa Fé, Vélez Sarsfield, Lanús e Independiente.
Brasil
O Brasil é o país sul-americano com o maior número de pessoas infectadas (mais de 1,6 milhão) e mortes (acima de 66,8 mil). O recorde de mortes do país foi registrado há um mês, em 4 de junho, com 1.492 óbitos. Porém, a curva ainda não está descendente, já que 1.312 pessoas morreram nesta última terça (7). O Brasil tem a terceira maior média do continente, com 31,86 mortes por 100 mil habitantes. Ainda assim, trata-se do único país sul-americano que retomou as competições esportivas (as estaduais, pelo menos). No Rio de Janeiro, a bola voltou a rolar no dia 18 de junho. Nesta quarta-feira (8), será a vez do Campeonato Catarinense fazer o mesmo. Já o Brasileirão está programado para retornar no dia 9 de agosto.
Além de Grêmio e Inter, que ocupam o Grupo E, outros cinco times brasileiros disputam a Libertadores deste ano: o Flamengo (Grupo A), Palmeiras (Grupo B), Athletico-PR (Grupo C), São Paulo (Grupo D) e Santos (Grupo G). Na Copa Sul-Americana, os representantes são Vasco e Bahia.
Bolívia
Ao todo, foram computadas 1,5 mil mortes, sendo 78 delas no dia 2 de julho, quando o país viveu seu recorde. A gravidade da situação faz com que o governo ainda não tenha dado aval para se projetar o retorno dos torneios nacionais.
Bolívar (Grupo B) e Jorge Wilstermann (Grupo C) são os únicos representantes da Bolívia na Libertadores.
Chile
Apesar de ter registrado o recorde de mortes há um mês, no dia 7 de junho (649 óbitos), a situação chilena ainda expira cuidados. Mais de 6,4 mil pessoas perderam a vida no país por conta da doença, o que coloca o Chile com a maior média entre os países sul-americanos — 34,35 mortes por 100 mil habitantes. Em princípio, o objetivo da Associação Nacional de Futebol Profissional (ANPF) é retornar no dia 15 de agosto, mas isso ainda depende de autorização do governo de Sebastián Piñera.
Além da Universidad Católica, que está no grupo da dupla Gre-Nal, o Colo-Colo também está presente na Libertadores, ocupando o Grupo C. Na Copa Sul-Americana, no entanto, são quatro representantes: Coquimbo Unido, Unión La Calera, Huachipato e Audax Italiano.
Colômbia
Os colombianos viveram seu recorde de mortes recentemente, no dia 2 de julho, quando 171 pessoas morreram no mesmo dia. Até agora, foram registrados 4,3 mil óbitos na Colômbia. A ideia é que os times voltem a treinar a partir do dia 16 de julho, com o campeonato sendo retomado em setembro.
Três equipes estão presentes na Libertadores deste ano. Assim como o América de Cali, rival de gremistas e colorados no Grupo E, há o Junior Barranquilla (no Grupo A) e Independiente Medellín (Grupo H). Outros quatro seguem disputando a Copa Sul-Americana: Atlético Nacional de Medellín, Deportes Tolima, Millonarios e Deportivo Cali.
Equador
A situação no Equador já foi bem mais grave, com o país tendo vivido seu recorde de mortes no dia 10 de maio, quando foram registrados 410 óbitos. Ao todo, 4,8 mil pessoas perderam a vida em território equatoriano, com uma média de 28,52 mortes por 100 mil habitantes.
Quatro clubes de lá jogam a Libertadores — Independiente del Valle e Barcelona de Guayaquil (Grupo A), LDU (D) e Delfin (G). Na Copa Sul-Americana, o Emelec é o único que segue no torneio.
Paraguai
O Paraguai é o país sul-americano que apresenta os melhores números, com 2,5 mil infectadas pelo coronavírus e apenas 20 mortes. A situação permitiu que as equipes retornassem aos treinamentos, e a Federação Paraguaia anunciou a volta do campeonato para o dia 17 de agosto.
São três representantes presentes na Libertadores — Guarani (Grupo B), Olimpia (G) e Libertad (H). Outros dois estão na Copa Sul-Americana — Sol de América e Sportivo Luqueño.
Peru
Os peruanos vivem neste momento o período mais crítico do contágio, e o recorde de mortes foi em 11 de junho, com 206 óbitos registrados. Ao todo, 10,9 mil pessoas perderam a vida no Peru, que tem a segunda maior média do continente — 34,24 mortes por 100 mil habitantes. A projeção é de que o campeonato nacional volte a ser disputado em 7 de agosto.
Ao todo, são quatro peruanos presentes em torneios continentais: Binacional (Grupo D) e Alianza Lima (F) na Libertadores; Melgar e Sport Huancayo na Copa Sul-Americana.
Uruguai
O Uruguai é mais um case de sucesso no continente. Com pouco mais de 900 pessoas infectadas, o país registrou somente 29 mortes. Diante deste cenário, os times voltaram às atividades e, no dia 1º de agosto, o campeonato nacional voltará a ser disputado já com um clássico entre Peñarol e Nacional.
Os rivais de Montevidéu, aliás, são os únicos uruguaios presentes na Libertadores. Na Copa Sul-Americana, são quatro: Plaza Colonia, River Plate, Fénix e Liverpool.
Venezuela
Até agora, os venezuelanos registraram apenas 71 mortes. Porém, veem sua curva ascender desde 29 de junho, quando computaram quatro óbitos no mesmo dia. Em meio a isso, os times voltaram a treinar. Liberada pelo governo de Nicolás Maduro, a Federação Venezuelana de Futebol começou a projetar a retomada da competição, com jogos que serão disputados nas regiões menos afetadas pela doença. Não há, contudo, uma data específica.
Dois clubes estão presentes na Libertadores: Estudiantes de Mérida (Grupo F) e Caracas (H). Na Copa Sul-Americana, não há mais nenhum representante.