Não é preciso ser um especialista em futebol sul-americano para concluir que o Palestino não tem expressão histórica a nível continental. Contudo, depois de vencer o Talleres de virada, a equipe chilena carimbou sua passagem à fase de grupos e será a adversária do Inter na estreia da Libertadores, dia 6 de março.
Treinador
O técnico é Ivo Basay, ex-atacante da seleção chilena, revelado pelo Colo-Colo e com passagem pelo Boca Juniors. Iniciou a carreira de treinador na década passada e teve como grande mérito a conquista do Torneio de Toulon, de 2009, com a seleção chilena sub-20, tendo entre os jogadores Eduardo Vargas e Gary Medel. No ano passado, chegou ao Palestino com a missão de evitar a queda do clube à segunda divisão nacional. Não só tirou a equipe da zona de rebaixamento como conquistou a Copa Chile.
Sistema tático
O Palestino joga no 4-4-2, com um losango no meio-campo. A equipe adota um estilo agressivo, marcando alto e atacando constantemente pelos lados do campo. Só não teve mais posse de bola do que seus adversários uma única vez: no jogo de ida, em Córdoba, contra o Talleres. Os volantes, de grande mobilidade, aparecem constantemente na área. Para o primeiro jogo contra o Colorado, o argentino Julián Fernández estará suspenso, por ter sido expulso na vitória sobre os argentinos. Foi dele o gol na estreia contra o Independiente Medellín. O principal destaque da equipe, no entanto, é Luis "El Mago" Jiménez, ex-Inter de Milão, e que também passou pela Inglaterra, Emirados Árabes e Catar. Camisa 10, que joga solto entre os volantes e os atacantes.
— Foi muito jovem ao futebol europeu, saindo do próprio Palestino. Praticamente não jogou no Chile. Aos 34 anos, voltou ao futebol nacional com a missão de dar um título ao clube. Não é um jogador que apenas dá passes, mas busca arremates quando está próximo da área — comenta o repórter da Rádio ADN, do Chile, Carlos Madariaga.
Ponto forte
Nem sempre a bola é controlada pelo chão. O time não se envergonha de usar a ligação direta como a principal arma. Por isso, muitas vezes, o centroavante argentino Lucas Passerini deixa a área para brigar pela primeira bola e escorar para quem vem de trás. Até pela presença do centroavante argentino Lucas Passerini, os laterais buscam a linha de fundo constantemente.
— O atacante Roberto Gutierrez não tem tanto protagonismo, mas é um jogador de muita experiência que já passou por Colo-Colo e Universidad Católica. Mas é de se ter muita atenção nele. Já o companheiro dele, Lucas Passerini, é talvez a contratação mais destacada do time. Não tem muito currículo, mas demonstrou que é 9 de área, forte, que segura a bola, e tem capacidade de arremate — pontua Madariaga.
Ponto fraco
Como gosta de ter a bola e avança a todo tempo, inclusive com os dois laterais ao mesmo tempo, o Palestino fica exposto aos seus rivais. Prova disso é que, ao mesmo tempo em que marcou em todos os jogos, sofreu gols de todos os rivais também. Desta forma, os zagueiros costumam ficar no mano a mano. Usando os atalhos do campo, antecipando-se aos lançamentos às costas dos laterais, o experiente Alejandro González, ex-jogador do Peñarol e de passagens pelo futebol italiano (Hellas Verona e Cagliari), tenta equilibrar as ações defensivas e evitar que o goleiro Ignácio González precise sair nos pés dos atacantes rivais a toda hora.
— O uruguaio é o jogador de maior experiência na defesa palestinista. Penso que é um dos homens mais destacados do time — conclui o repórter chileno.