O ônibus que levava o time do Boca Juniors para a final da Libertadores deste sábado (24) foi atacado por torcedores do River Plate, que utilizaram pedras e spray de pimenta para agredir o rival. Conforme imagens de televisão, o veículo entrou no palco da decisão com vários vidros laterais quebrados. Marcada oficialmente para as 18h (horário de Brasília), o jogo foi inicialmente adiado para 19h. Em seguida, a Conmebol mudou o horário para as 20h15min. Entretanto, a partida não foi iniciada no horário agendado. O impasse avançou até por volta das 20h30min, quando a Conmebol confirmou que o jogo foi transferido para o domingo (25).
Os jogadores do Boca, ao descerem do ônibus, tossiam e estavam com lágrimas nos olhos por conta do efeito dos gases do spray de pimenta. Segundo o site Olé, Boca Juniors pediu adiamento da partida para que os atletas sejam examinados, já que foram atingidos por gás.
— Nos jogaram de tudo — disse o capitão do Boca Pablo Pérez, visivelmente afetado. Já o zagueiro Carlos Izquierdoz relatou rapidamente que "nos jogaram gás de pimenta, paus, pedras. Entrou de tudo no ônibus".
Capitão lesionado
Pérez teria sofrido lesão em um dos olhos, possivelmente causada por estilhaços de vidro. Médicos colocaram curativos no rosto do capitão do Boca. A equipe afirma que o jogador não está em condições de jogar neste sábado. Esse foi um dos principais argumentos do Boca para tentar transferir a data da partida.
Além da direção do Boca, alguns jogadores da equipe, como o volante Fernando Gago, também pediram o adiamento do segundo jogo da final para outra data. O atacante Carlos Tévez, um dos líderes do Boca, também reclamou da pressão da Conmebol para a manutenção do jogo neste sábado:
— Estão nos obrigando a jogar.
Enquanto a partida não começava, torcedores do River que estão dentro do Monumental cantavam e continuavam fazendo festa. Por motivos de segurança, as duas partidas da final ocorrem com torcida única.
Segundo o Olé, o técnico do River, Marcelo Gallardo, teria manifestado opinião favorável ao adiamento do jogo, em gesto solidário ao adversário na final.
Incidente
A televisão mostrou imagens da entrada dos jogadores e comissão técnica no vestiário, visivelmente afetados com os gases.
— Foi um descontrole nas últimas ruas perto do Monumental. A polícia se viu transbordada com tanto vandalismo e precisou dispersar os torcedores com gás lacrimogêneo, que também entraram no ônibus pelo efeito do vento e pelas janelas quebradas — disse um dos dirigentes à imprensa.
O deslocamento do elenco foi feito com forte custódia policial desde o exclusivo setor de Puerto Madero, no centro de Buenos Aires, até o bairro de Núñez no norte da cidade, onde está localizado o estádio Monumental.