Na base da raça, com disposição tática eficiente e o incentivo de mais de 33 mil palmeirenses no Pacaembu, o Palmeiras venceu o Libertad (PAR) por 1 a 0, nesta quinta-feira, pela quinta rodada do Grupo 2 da Copa Libertadores. Charles marcou o gol solitário da partida. Na partida diante do Tigre (ARG), o volante também foi às redes e anotou o segundo tento do Verdão na vitória por 2 a 0.
Com o resultado, o Palmeiras chegou aos nove pontos, assumiu a liderança do grupo e se garantiu no mata-mata do torneio continental. Os paraguaios, agora, estão com oito pontos e ocupam a segunda posição.
PRIMEIRO TEMPO
A chuva atrasou a chegada de torcedores palmeirenses, mas não foi capaz de diminuir o ímpeto e a disposição dos mais de 33 mil pagantes - público maior que o registrado pelo rival Corinthians, diante do San José (BOL), na quarta-feira. A torcida que compareceu ao Pacaembu incentivou o time desde o início, vibrando a cada bom lance ou jogada de mais raça da equipe. De olho nos pontos fortes do time paraguaio, com Nuñez e Mendieta, o técnico Gilson Kleina deu mais proteção ao lado esquerdo da defesa, optando por Marcelo Oliveira e, mais à frente, Juninho com liberdade.
O método do treinador deu certo e o time começou vibrante. Ayrton, em cobrança de falta, e Henrique, de cabeça, fizeram a torcida ficar com o grito de gol engasgado na garganta. Gilson Kleina armou o time com Vinícius e Wesley no comando de ataque, mas, o que foi visível nos primeiros 45 minutos foi um buraco no ataque. Ligado, o atacante cria da base fez a festa pelo lado esquerdo, com dribles curtos e cruzamentos para quem chegava de trás, mas, quem chegou? Sem um centroavante, o time carecia de um homem para finalizar.
O Libertad ficou bastante recuado e saiu com poucos jogadores à frente. Mendieta conduziu a bola e preferia o passe para Nuñes. Com a bola rolando, pouco se viu de efetividade. Na bola parada, alguns suspiros, mas muito pouco para os paraguaios. Na marcação, principalmente com Guiñazu, conhecido dos brasileiros por conta da passagem vitoriosa no Internacional, os visitantes paravam as jogadas. O Palmeiras tocou bem a bola e as linhas de defesa, meio-campo e ataque estavam coesas em campo.
Sem um homem para finalizar as jogadas, o Palmeiras terminou o primeiro tempo com 65% da posse de bola. Sinal de que o time virou o jogo, trabalhou bem a bola, mas que não conseguiu refletir o dado para o fundo das redes.
SEGUNDO TEMPO
O Palmeiras voltou com a gana para se tornar o líder do Grupo 2 e garantir a classificação antecipada às oitavas de final da Copa Libertadores. Na primeira, Juninho tentou cabeçada, mas a bola passou por cima. Na segunda, Vinícius fez bela jogada pela esquerda e cruzou para Marcelo Oliveira, que quase marcou um golaço de letra. Na terceira, nessa não falhou! Wesley arriscou chute de longe, fraco, em direção ao gol. Charles apareceu livre, dominou a bola e chutou para o gol. A bola caprichosamente passou por baixo das pernas do goleiro Muñoz.
Com o tento, a torcida do Palmeiras, que fazia uma bela festa no Pacaembu, foi ao delírio. Ensandecidos, os torcedores empurraram a blitz palmeirense, mas o Verdão não aproveitou o bom momento para ampliar o placar. E, viu, o jogo ganhar mais dramaticidade com a expulsão de Wesley. O volante, que no primeiro tempo recebeu amarelo infantil por reclamação com o jogador adversário, cometeu falta em Aquino e foi para o chuveiro mais cedo.
Sem um jogador, a pressão dos paraguaios aumentou. Benítez, de cabeça, quase igualou o marcador. Samudio, em chute cruzado, também deixou a torcida paraguaia ficar só no "uhhh". O Libertad permaneceu no campo de ataque até os últimos minutos, enquanto o Palmeiras, nos contra-ataques, desperdiçava várias oportunidades. Na base da raça, o alívio veio com o apito final do árbitro e, a festa, agora garantida, começou a ficar ainda maior.