Na pior atuação sob comando de Roger Machado (e uma das piores do ano), o Inter se despediu do Brasileirão levando uma goleada do Fortaleza. No Castelão, tomou 3 a 0, com direito a falha bizarra de Rochet. Com o resultado, termina a competição em quinto lugar e deixa R$ 2,3 milhões no Ceará. Foi a terceira derrota seguida, após 16 jogos consecutivos de invencibilidade. A equipe colorada termina com a melhor campanha do segundo turno e classificada para a Libertadores.
Com o quinto lugar, o Inter deve receber R$ 38,5 milhões de premiação da CBF. O quarto garante R$ 40,8 milhões. A derrota também confirma um resultado abaixo do esperado em toda a temporada. O quarto lugar no Brasileirão era a estimatativa da direção colorada. Mas, assim como já ocorrera em Gauchão, Copa do Brasil e Sul-Americana, ficou aquém do previsto, e orçado.
A última semana do Brasileirão também teve uma queda de desempenho da equipe. Diante de três adversários que terminaram a competição acima, o Inter perdeu todas, levou sete gols e fez apenas dois. Após 16 jogos em sequência de invencibilidade, termina o ano com três derrotas. Ainda assim, encerrou o segundo turno como terceira melhor campanha, abaixo de Botafogo e Corinthians.
Para Roger Machado, a partida de Fortaleza precisa ser separada dos outros dois jogos. Segundo ele, diante do Botafogo, a equipe jogou bem e poderia ter vencido. Contra o Flamengo, o primeiro tempo cobrou um preço caro, mas ainda assim houve reação. Segundo o treinador, o impacto foi psicológico:
— Os detalhes nos dão certeza que as falhas foram de relaxamento. Foi um descuido emocional de quem já tinha conquistado os objetivos. Baixamos a guarda depois da classificação direta para a Libertadores, e os adversários estiveram mais mobilizados. Nos alimentamos da esperança pequena de título e não deu. O bom é que aconteceu no final e não prejudicou nossa campanha.
O atacante Borré concordou com o técnico. Para ele, é necessário fazer ajustes, mas as derrotas não apagam a recuperação no Brasileirão:
— Estamos no caminho correto. Os 3 últimos jogos não nos tiram do rumo. Somos uma equipe que está construindo algo grande. Perdemos o sonho de brigar pelo título e isso custou caro. Temos de estar a altura desse tipo de jogo.
Os desfalques da partida deixaram clara a necessidade de reforçar o grupo. A equipe não teve Alan Patrick e Wesley, por exemplo, e viu murchar sua criação ofensiva. A dupla Borré e Valencia não se encontrou novamente.
— Roger está trabalhando para que eu possa jogar junto com Valencia. Vejo que precisamos treinar melhor os movimentos. Estamos no caminho correto. Quando estamos completos, é diferente — atestou Borré.
Roger completou:
— Precisamos evoluir dentro de outros modelos. Tínhamos desfalques nessa reta final, Wanderson, Wesley, Alan Patrick. Os desfalque prejudicam o entrosamento, e ainda tem o desgaste do final de ano. Mantivemos a corda esticada durante todo o tempo. As derrotas também mostram alguns aspectos que precisamos evoluir. Jogos desse nível, dos últimos três, qualquer detalhe faz diferença.
Detalhe como o gol levado por Rochet aos seis minutos. O goleiro, experiente, da seleção uruguaia, errou em bola bizarramente e entregou de presente o gol para Moisés, que o desarmou dentro da área. Depois, ainda no primeiro tempo, Clayton perdeu a dividida para Moisés e 2 a 0. Na segunda etapa, Tinga completou a goleada no Castelão.
Agora, o grupo entra em férias. Mas a direção, não. É hora de montar o time para 2025, que já começa com um Gauchão diferente, em que o Inter entra pressionado para evitar que o Grêmio conquiste o octa e empate com a marca histórica colorada entre 1969 e 1976. Alguns jogadores estão cotados para ser vendidos, inclusive para fechar as metas orçamentárias. E será necessário reforçar. Roger disse:
— Clube grande tem de estar sempre aberto, prospectando a melhora do grupo. São muitas especulações de saídas de jogadores. A direção terá de fazer essa engenharia para reforçar o grupo. Penso que estamos credenciados a competir em 2025 por grandes conquistas.
Será um dezembro agitado nos gabinetes. Para que janeiro já comece como foi o Inter até a penúltima semana do Brasileirão.