Depois de um 2024 de diversos problemas financeiros, agravados pela enchente que assolou o RS, o Inter tem esperança em um 2025 melhor. E, para isso, aposta em quatro fatores: a reorganização dos processos do clube, a aprovação do projeto de debêntures, a negociação dos direitos de transmissão e a venda de jogadores. Se todos tiverem bons resultados, a direção imagina reflexos positivos também dentro de campo.
A enchente causou um déficit milionário. A previsão para o ano era de um superávit de R$ 1 milhão, mas essa ideia já havia caído por terra a partir de uma mudança na legislação contábil sobre a utilização de atletas da base como ativos do clube, o que já causaria um déficit de R$ 23 milhões.
Mas os R$ 90 milhões estimados como prejuízos decorridos da cheia do Guaíba aumentaram a estimativa do déficit para algo entre R$ 45 milhões a R$ 50 milhões. O número só não será maior graças às vendas de jogadores, que, com R$ 140 milhões realizados até agora, superaram a meta inicial, de R$ 135 milhões. Essa verba pode (e deve) crescer com algumas novas negociações para o final do ano.
— Mais do que a possibilidade, existe a necessidade de aumentar esse número — afirmou o diretor executivo de finanças Aldoir Pinzkoski Filho, durante o evento Inter Conecta, realizado nesta quinta-feira (14).
O diretor, porém, demonstra otimismo para 2025. Segundo ele, o clube está se organizando para ter um dos maiores superávits de sua história, possivelmente inferior apenas ao de 2023, de R$ 170 milhões, ajudado pela venda de parte dos direitos de transmissão aos investidores da Liga Forte União (LFU).
Para isso, o primeiro passo é reorganizar os processos do clube. Todas as áreas trabalharam no orçamento de 2025 com uma redução das despesas e a busca por novas receitas.
Nessas novas receitas está o projeto de debêntures. No evento, os dirigentes apresentaram os benefícios de usar essa forma de arrecadar verba na comparação com os tradicionais empréstimos bancários. O CEO do Inter, Giovanni Zanardo, falou sobre a importância de aprovar essa ideia, que ainda precisa passar pelo conselho deliberativo:
— Claro que não somos reféns de um produto, sempre buscamos mais de uma alternativa, mas essa é uma saída importante.
Outro tema que será providencial para o 2025 colorado é a negociação dos direitos de transmissão do Brasileirão. Até agora, a LFU (bloco de times do qual o Inter faz parte) vendeu partidas para Record, Google (por meio do YouTube) e Amazon. Apenas dois jogos por rodada estão no pacote, deixando outros quatro em aberto. A Globo está negociando com o grupo. De acordo com Zanardo, o valor final será maior do que o previsto originalmente pelo clube, e superior ao que vem sendo recebido até hoje.
Mas além dessas duas novas fontes de renda, tem outra que será necessária. O Inter planeja arrecadar ainda mais em 2025 com venda de jogadores. O valor está na casa de R$ 160 milhões. Isso indica que até mesmo atletas com futuro promissor, como Gabriel Carvalho, poderão ser negociados. No momento, Vitão é o profissional mais próximo de sair do Beira-Rio.
O Inter afirma que planeja equalizar essas situações sem reduzir a qualidade do futebol. Para os dirigentes, o resultado de campo será consequência dessa reorganização. A prioridade do clube, como sempre, será o futebol. E em 2025 é urgente sair da fila de títulos.
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