Se é verdade que o Gre-Nal é mais do que um jogo, igualmente real é dizer que o Gre-Nal também é um jogo. E por causa disso, costuma vencer aquele time que está melhor no momento, mesmo que o clássico emparelhe as forças. Basta ver os números. O Inter dos anos 1970 venceu mais do que perdeu. O Grêmio dos anos 1990 foi mais vitorioso.
Por isso, além do aspecto emocional e das histórias do maior duelo do Estado, há a questão futebol que precisa ser vista. E para o 443º encontro entre as duas maiores forças do RS há três pontos para cada time que podem decidir os 90 minutos. A seguir, analisamos esses tópicos que Roger Machado deve aproveitar no sábado, às 16h, no Beira-Rio.
Alan Patrick
Nos últimos clássicos, a história tem sido assim: o jogo está equilibrado, por vezes empatado, e Alan Patrick decide para o Inter. Nos dois duelos deste ano, o camisa 10 colorado fez a diferença. No do Gauchão, sofreu e converteu o pênalti do 3 a 2 já nos acréscimos. No do Brasileirão, voltando de lesão, entortou Carballo em um drible e cruzou, Marchesín defendeu parcialmente, Vitão cabeceou e Gustavo Martins desviou para o próprio gol.
Completamente recuperado, em ótima fase, o capitão colorado é a esperança de fazer a jogada que quebra a defesa e ganha o Gre-Nal. Em 2024, ele soma 17 participações diretas, seja fazendo gol ou dando assistência. Sete delas foram nas últimas sete partidas em que foi titular. E costuma se dar bem em clássico. Desde 2014, são quatro gols e duas assistências em nove jogos.
Modelo consolidado
Roger achou uma forma de jogar. A plataforma tática é um misto de 4-2-3-1 com 4-1-3-2, variando os posicionamentos do segundo volante (normalmente Thiago Maia, no Gre-Nal, Bruno Henrique) e de Alan Patrick. Mas o principal é a movimentação coordenada. O time tem funcionado bem na hora de pressionar a saída de bola adversária, especialmente quando os atacantes sobem a marcação e atrapalham os defensores. A outra arma consolidada é o começo das jogadas desde a defesa. A equipe consegue construir seus ataques a partir do goleiro, em trocas de passes e de posições entre os atletas, especialmente do lado esquerdo, envolvendo Bernabei e Wesley.
Defesa adversária
A defesa do Grêmio tem vazado bastante. Por mais que Renato tenha dado mais equilíbrio ao time escalando Edenilson no meio-campo e não mais um jogador de características ofensivas, como era Monsalve, o time levou dois gols do Atlético-MG (e mais duas bolas na trave) e um do Fortaleza. Do Botafogo, o gol foi anulado por impedimento. Quando não consegue conter o ataque adversário na origem das jogadas, o Grêmio costuma sofrer atrás, se depender apenas das ações dos zagueiros e dos laterais. Além disso, a equipe terá Mayk, que não atua com frequência.
Quer receber as notícias mais importantes do Colorado? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Inter.