Para ter sucesso no futebol, não basta apenas tática e técnica. Os aspectos físicos e mentais são importantes para formar um time competitivo do início ao fim. É isso que o Inter de Roger Machado está apresentando nas últimas partidas da temporada. São quatro vitórias nos últimos cinco jogos e a torcida colorada contente com o que vê.
Na goleada por 3 a 0 contra o Cuiabá, na segunda-feira (16), no Estádio Beira-Rio, o Colorado sobrou dentro de campo e viu nas arquibancadas os quase 30 mil torcedores apoiando os jogadores, mesmo os mais criticados por atuações abaixo do esperado.
— É um movimento coletivo, que começa interno e continua no ambiente externo, puxado pelo torcedor. Para mim, o torcedor é o grande motivo da gente estar trabalhando, poder proporcionar alegria para ele. Quando a gente não vive um bom momento, a primeira coisa que vem à tona é que a gente não se esforça do lado de dentro, que a gente ganha muito e faz pouco, ou que falta doação e raça. Surgem teorias conspiratórias de que o ambiente é rachado. E isso maltrata a gente que trabalha com seriedade — explicou o técnico Roger Machado após a partida.
Uma das manifestações que chamaram atenção do treinador e do grupo colorado foi uma faixa apoiando o atacante Enner Valencia, que vive um jejum de gols pelo clube. A última vem que ele marcou foi no duelo de volta contra o Juventude pela Copa do Brasil. Na data Fifa, entretanto, o equatoriano marcou pela sua seleção.
— Todo nosso trabalho é para resgatar essa confiança externa, a gente sabe que isso vem a partir do jogo e de boas atuações. Mas, claro, que o carinho do torcedor vale muito à pena. É difícil ver manifestações como vimos hoje, com um atleta que o ambiente externo, por vezes, busca descobrir a motivação de um mal momento. Essa demonstração é muito importante e a gente agradece o torcedor. Penso que os colorados voltam muito felizes e nós também ficamos por poder retribuir em campo com um bom resultado e uma boa atuação dentro de campo — disse.
Outro aspecto importante e que melhorou com Roger, e a chegada do preparador Paulo Paixão, foi o físico. Com isso, o modelo de jogo proposto pelo treinador está sendo bem executado, conforme explicou o técnico:
— Para satisfazer a amplitude de jogo que eu quero, a gente precisava evoluir. Jamais vou dizer se estava certo ou errado. Cada trabalho tem uma metodologia. Para eu conseguir essa intensidade, além de organizar da forma que eu desejo, precisava evoluir. O Inter sempre conseguiu fazer grandes distâncias dentro de campo, não é curioso, mas a partir do modelo que eu gosto de fazer, as distâncias diminuem, mas as intensidades aumentam. Justamente por estar mais agrupado em campo e mais compactado você consegue fazer ações mais intensas e explosivas. Para isso acontecer é preciso ter as capacidades físicas bem desenvolvidas. Isso tem sido constantemente trabalhado.
Vivendo bom momento dentro de campo e reconquistando a torcida, o Inter chegou a 38 pontos no Brasileirão e ocupa a 8ª posição na tabela. O Colorado ainda tem dois jogos atrasados, por conta da enchente que afetou o Rio Grande do Sul, e resultados positivos podem colocar a equipe mais próximos de uma vaga na Libertadores do próximo ano.